Não consegue concluir nenhum curso online? Este é o motivo
Não existe um único motivo para as desistências, mas sim um conjunto de atitudes, tanto dos estudantes como das escolas, que contribuem para as abstenções
Clara Cerioni
Publicado em 13 de outubro de 2016 às 16h00.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 15h17.
São Paulo – Enriquecer o currículo não é uma tarefa fácil para ninguém, mesmo com a atual variedade de cursos gratuitos disponíveis na internet.
Embora a ideia de estudar sem sair de casa seja atrativa, na prática, a maioria das escolas que usam o Ensino à Distância (EAD) tem altas taxas de evasão – em média 50%, segundo o Censo EAD.br de 2015.
Não existe um único motivo para as desistências, mas sim um conjunto de atitudes, tanto dos estudantes como das escolas, que contribuem para as abstenções.
Do lado das instituições, a maior falha está na estrutura das aulas. “Os cursos online, na maioria das vezes, seguem o modelo dos presenciais, mas são gravados. Ou seja, eles não foram desenhados para a linguagem da internet e têm um ritmo diferente do que se espera nesse meio”, explica Alessandro Saade, especialista em gestão de tempo.
Para ele, muitos materiais planejados para o online fazem parte de um funil de vendas, de uma estratégia de marketing de conteúdo, em que o curso gratuito é um degrau para um pago e às vezes não é construído com cuidado.
No geral, entretanto, o grande desafio vem dos alunos. Charlotte Crawford, gestora de relações públicas da plataforma de cursos online Coursera, explica que as pessoas que querem aprender apenas por “enriquecimento pessoal” desistem mais facilmente da ideia.
“Os alunos que se inscrevem nas aulas com objetivos específicos para a carreira tendem a completar a programação proposta e ganhar os certificados com mais facilidade”, acrescenta.
Disciplina é o nome do jogo
Parece clichê, mas a dica mais importante para se concluir um curso online é ter disciplina.
Tanto Saade quanto Charlotte orientam que o aluno separe momentos do dia ou da semana para estudar. O ideal são quatro horas semanais.
O especialista em gestão de tempo também recomenda que o aluno defina cronogramas, insira aprendizados complementares como leituras e vídeos relacionados e pratique após cada aula.
Outras dicas são buscar um tema que seja relevante para a sua carreira e que tenha aplicação no seu cotidiano. Também é importante se preparar para as aulas como se elas fossem presenciais.
Por fim, é preciso resistir à tentação de navegar em outros sites, como o Facebook . “Tente se livrar de tudo que cause dispersão, como o celular, por exemplo. A aula não demora tanto e é possível sobreviver sem ele”, conclui o especialista.