Muitas vagas, poucos talentos: especialista revela qual o profissional mais disputado do mercado
Poucos talentos qualificados está levando os departamentos de ESG das empresas a uma “dança das cadeiras”, alerta especialista; veja dicas para conquistar uma vaga na área
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Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 08h00.
Última atualização em 11 de março de 2024 às 11h21.
Existe uma demanda urgente do mercado de trabalho: as empresas estão desesperadas por profissionais que conheçam (e saibam implementar) práticas sustentáveis.
Essa é uma necessidade antiga, que surgiu antes mesmo da sigla ESG, mas ganhou força após investidores passaram a considerar iniciativas socioambientais em suas decisões de investimentos. Segundo estudo da EY, empresa de consultoria especializada em negócios, 99% dos investidores brasileiros orientam suas decisões a partir do ESG.
Para não ficar para trás, as corporações se viram sem outra saída a não ser implementar diretrizes ESG e comunicar resultados das práticas sustentáveis. Inclusive, empresas de capital aberto – aquelas com ações negociadas na bolsa de valores – são obrigadas a adotar práticas socioambientais e comunicar para o mercado os seus resultados.
A partir disso, surgiu a necessidade de recrutar profissionais para encabeçar projetos de impacto ambiental, social e governança dentro das corporações.
‘É uma dança das cadeiras’, alerta professor
No entanto, faltam talentos qualificados para executar essas funções. E isso está levando os departamentos de ESG das empresas a uma “dança das cadeiras”, conforme explica Marcus Nakagawa, professor especialista em sustentabilidade e responsabilidade social.
“Profissionais com experiência em ESG são muito disputados pelo mercado ”, explica. “São pessoas que saem de uma empresa, ficam um ou dois anos e já vão para outras. É uma dança das cadeiras, porque está faltando pessoas na área ”, diz ele, que é fundador da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps).
Aquilo que poderia ser um obstáculo para o mercado, Nakagawa explica que está se tornando uma grande oportunidade para os profissionais.
Como o número de talentos qualificados não acompanha a demanda das organizações, esse mercado fica bastante aquecido, com muitas vagas abertas (só no LinkedIn, são mais de 2 mil posições esperando para serem preenchidas) e com muitos caminhos diferentes de atuação (desde trabalhar como analista em grandes empresas até ser dono do próprio negócio).
Quer conquistar uma vaga em ESG? Especialista aponta o caminho
Em entrevista a EXAME, o professor especialista Marcus Nakagawa elencou as principais recomendações para sair na frente e conquistar uma posição em ESG. Confira a seguir.
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Networking é fundamental nesse setor
Fazer conexões com outros profissionais é fundamental para trabalhar com ESG. “Esteja sempre visível”, recomenda Nakagawa. “É preciso mostrar que você é capacitado . E há vários espaços para isso”, diz. Além do LinkedIn, que é uma plataforma interessante para estabelecer conexões com outros profissionais, eventos, associações e grupos de estudo e pesquisa são outras formas de entrar em contato com entusiastas do setor.
É preciso investir na qualificação profissional
Investir em qualificação profissional é a recomendação de Nakagawa para profissionais que desejam começar a trabalhar com ESG. Segundo ele, é uma boa oportunidade para adquirir conhecimento teórico, mas também fazer networking. “Você acaba conhecendo outras pessoas, outros mercados e outras ideias”, completa o professor.
A recomendação vale tanto para formações generalistas, como os MBAs e as pós-graduações, que exploram o ESG de uma forma mais abrangente, mas também para cursos voltados para temáticas específicas da sustentabilidade, como o mercado de carbono, que despontou nos últimos anos e abriu muitas vagas. Treinamentos de curta duração também podem ajudar profissionais a se destacarem em processos seletivos.
Busque por oportunidades para colocar a mão na massa
“É difícil entrar em grandes empresas, porque muitas exigem experiências”, pondera o professor. “Mas é possível começar com consultorias, fazer trabalho voluntário, montar um empreendimento, trabalhar para pequenas e médias empresas. Vai da criatividade e resiliência de cada um. São vários modelos de atuação que funcionam”, conclui.
*Este é um conteúdo apresentado por Faculdade EXAME