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Já ouviu falar do CSO, o guru espiritual dos executivos?

Incomum no Brasil, a posição de CSO, um “guru espiritual” para o C-level da empresa, ganhou certa expressividade nos Estados Unidos. Conversamos com uma

Executivo olha para o símbolo ying yang: espiritualidade em falta nas empresas? (Thinksotck)

Camila Pati

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 14h00.

São Paulo – “A maioria dos executivos sequer ouviu falar do cargo de CSO (Chief Spiritual Officer)”, diz Deni Belotti, presidente da JCS Network.

Incomum no Brasil, a posição de “guru espiritual” para o C-level da empresa ganhou certa expressividade nos Estados Unidos por meio do autor especialista em gestão Ken Blanchard.

Defensor da necessidade de um profissional que zele pela manutenção dos valores inegociáveis de uma organização, o próprio Blanchard assumiu este cargo dentro de sua empresa já há alguns anos.

Na opinião de Belotti, ex-aluno de Blanchard no MBA da California State University, o CSO faz-se cada vez mais necessário para frear a ganância que afasta empresas de seus valores e propósitos.

“É alguém que não tem função operacional dentro da empresa e atua no nível do conselho de administração aconselhando executivos em alinhamento aos princípios basilares imutáveis definidos no planejamento estratégico”, diz Belotti.

O CSO é mentor dos líderes, com a preocupação de manter o equilíbrio e o legado da organização, assumindo também a responsabilidade pela manutenção da cultura da empresa.

“Conflitos éticos, de administração, de disputa de poder, de desvios de caráter, de ordem estritamente pessoal, de manipulações externas e tantos outros podem ocorrer e é nestes momentos que o CSO se mostra peça de fundamental importância”, diz Belotti. Segundo ele, é função do CSO liderar a gestão destes conflitos.

A rotina de trabalho de uma CSO nos Estados Unidos

A CSO Susan Corso diz ser procurada pelas empresas quando há o que ela chama de “problemas no paraíso”. E, apesar de ser um cargo voltado a todos os executivos do alto comando das empresas, a demanda maior vem de CEOs , de acordo com ela.

“Sou chamada como consultora quando empresas ou suas equipes específicas não estão atingindo seus objetivos ou também quando um membro da equipe está com o pé no freio e o restante segue a toda velocidade”, diz ela que atua em empresas dos Estados Unidos.

Em linhas gerais, seu trabalho é viver a missão, a visão e os valores da empresa de tal modo que seja possível a sua propagação por todos os níveis da empresa, a partir do alto comando. Mas a sua expertise (e a de qualquer CSO eficiente), diz ela, é justamente lidar com o lado humano da mudança.

"Grande parte da minha rotina de trabalho é investir e cuidar das pessoas envolvidas na organização", diz ela. Aconselhamento, escuta atenta e coaching estão dentro deste processo.

"Frequentemente sou chamada a reconhecer os resultados atingidos pelos meus colegas, já que os executivos do C-level não têm ou não querem arranjar tempo para isso", diz

Mas até que as empresas parem de enxergar funcionários como despesas e passem a considerá-los seus "ativos", o papel do CSO não será universal, segundo Susan. "Felizmente alguns jovens e iluminados CEOs estão começando a entender que, sem suas equipes, as suas corporações não existiriam”, diz. É que o tal “espírito da organização” a ser cuidado pelos CSOs, afirma Susan, é formado pelas pessoas que nela trabalham.

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São Paulo – “A maioria dos executivos sequer ouviu falar do cargo de CSO (Chief Spiritual Officer)”, diz Deni Belotti, presidente da JCS Network.

Incomum no Brasil, a posição de “guru espiritual” para o C-level da empresa ganhou certa expressividade nos Estados Unidos por meio do autor especialista em gestão Ken Blanchard.

Defensor da necessidade de um profissional que zele pela manutenção dos valores inegociáveis de uma organização, o próprio Blanchard assumiu este cargo dentro de sua empresa já há alguns anos.

Na opinião de Belotti, ex-aluno de Blanchard no MBA da California State University, o CSO faz-se cada vez mais necessário para frear a ganância que afasta empresas de seus valores e propósitos.

“É alguém que não tem função operacional dentro da empresa e atua no nível do conselho de administração aconselhando executivos em alinhamento aos princípios basilares imutáveis definidos no planejamento estratégico”, diz Belotti.

O CSO é mentor dos líderes, com a preocupação de manter o equilíbrio e o legado da organização, assumindo também a responsabilidade pela manutenção da cultura da empresa.

“Conflitos éticos, de administração, de disputa de poder, de desvios de caráter, de ordem estritamente pessoal, de manipulações externas e tantos outros podem ocorrer e é nestes momentos que o CSO se mostra peça de fundamental importância”, diz Belotti. Segundo ele, é função do CSO liderar a gestão destes conflitos.

A rotina de trabalho de uma CSO nos Estados Unidos

A CSO Susan Corso diz ser procurada pelas empresas quando há o que ela chama de “problemas no paraíso”. E, apesar de ser um cargo voltado a todos os executivos do alto comando das empresas, a demanda maior vem de CEOs , de acordo com ela.

“Sou chamada como consultora quando empresas ou suas equipes específicas não estão atingindo seus objetivos ou também quando um membro da equipe está com o pé no freio e o restante segue a toda velocidade”, diz ela que atua em empresas dos Estados Unidos.

Em linhas gerais, seu trabalho é viver a missão, a visão e os valores da empresa de tal modo que seja possível a sua propagação por todos os níveis da empresa, a partir do alto comando. Mas a sua expertise (e a de qualquer CSO eficiente), diz ela, é justamente lidar com o lado humano da mudança.

"Grande parte da minha rotina de trabalho é investir e cuidar das pessoas envolvidas na organização", diz ela. Aconselhamento, escuta atenta e coaching estão dentro deste processo.

"Frequentemente sou chamada a reconhecer os resultados atingidos pelos meus colegas, já que os executivos do C-level não têm ou não querem arranjar tempo para isso", diz

Mas até que as empresas parem de enxergar funcionários como despesas e passem a considerá-los seus "ativos", o papel do CSO não será universal, segundo Susan. "Felizmente alguns jovens e iluminados CEOs estão começando a entender que, sem suas equipes, as suas corporações não existiriam”, diz. É que o tal “espírito da organização” a ser cuidado pelos CSOs, afirma Susan, é formado pelas pessoas que nela trabalham.

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