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Hora de negociar as mensalidades das escolas das crianças

Novembro é o mês da rematrícula. Aproveite para obter condições mais vantajosas para o pagamento das taxas e das mensalidades da escola de seu filho

Juliana Bueno e a filha, Luana: desconto de 50% na quitação do ano letivo de 2014 (Fabiano Accorsi)

Juliana Bueno e a filha, Luana: desconto de 50% na quitação do ano letivo de 2014 (Fabiano Accorsi)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 18h44.

São Paulo - Novembro é o mês da rematrícula nas escolas particulares e motivo para os pais reverem o orçamento familiar — e, eventualmente, o planejamento financeiro. É nesse período que as escolas enviam o comunicado sobre a reserva da vaga para o ano seguinte mediante o pagamento da rematrícula.

Em geral, essa taxa equivale a uma mensalidade, ou seja, a 13ª do ano. Além disso, em 2014 as escolas de São Paulo deverão reajustar as
mensalidades de 7% a 12%, acima da inflação prevista para o ano que vem. No resto do país, o cenário não é diferente. O que poucos levam em conta é que essa antecipação pode representar uma oportunidade para negociar melhores condições de pagamento para a matrícula do ano seguinte.

Um desconto de 10% no valor ainda sem reajuste tem sido o mais praticado, mas, em algumas escolas, esse desconto pode chegar a 20%. A analista de RH Juliana Panza Bueno, de 36 anos, mãe de Luana, de 1 ano, que vai à escolinha em Campinas desde os 5 meses, conseguiu um abatimento de 50% nas prestações de 2014.

Isso porque optou por quitar as mensalidades de todo o ano seguinte. "Nunca havia pensado nessa possibilidade, mas, como a escola propôs e o valor ficou muito atraente, decidimos aderir", diz ela. A antecipação do 13º salário e o aperto no orçamento tornaram o adiantamento possível.

"Para o próximo ano, vou me programar. Como não terei o gasto das mensalidades, vou fazer uma reserva para antecipar o ano de 2015 também." Confira as orientações dos educadores financeiros para renegociar a escola de seu filho. 

A cartilha da barganha

Saiba como conseguir as melhores opções de pagamento conforme sua situação financeira

Bolso cheio

Dicas para quem tem economias

Para saber se compensa pagar a rematrícula, calcule quanto essa quantia renderia aplicada até janeiro. "Se render menos do que o desconto, compensa", diz o educador fnanceiro Mauro Calil. Vale lembrar que os produtos costumam render 1,5% ao mês. Portanto, se o desconto for de 15%, é vantajoso. 


Negociar a quitação antecipada de todo o semestre ou ano também é uma alternativa interessante para quem tem economias. "Esse pai deve conseguir de 10% a 20% de desconto. Nenhuma aplicação rende isso anualmente", afirma o orientador financeiro Reinaldo Domingos. Ou seja, essa opção vale a pena se o desconto for maior do que 10%. 

Para conseguir as melhores condições, inicie a negociação quanto antes para obter descontos maiores. Mas o orientador fnanceiro alerta que não se deve sacar todas as reservas para quitar o ano seguinte: "Você pode se complicar com as contas de janeiro", diz. Comprometa, no máximo, 50% da poupança.

Bolso equilibrado

Dicas para quem não tem folgas no orçamento

Se a família tem as contas equilibradas, mas sem folgas, o pagamento parcelado da rematrícula pode evitar o acúmulo de contas em janeiro. Tente um desconto para as prestações caberem no orçamento mensal. A segunda opção seria um empréstimo. Mas ele só vale a pena se o desconto sobre a matrícula for maior do que a taxa de juro cobrada pelo banco.

Por exemplo: se a escola oferecesse desconto de 10% sobre um valor de 1.000 reais, a matrícula sairia por 900 reais. Se conseguir emprestar esse valor com juros de 3% ao mês, você pagará 27 reais pelo adiantamento de 30 dias. Ou seja: vale a pena pegar o empréstimo e gastar 927 reais, em vez de pagar 1.000 reais da matrícula em janeiro.

Para saber se compensa quitar o ano adiantado, use o mesmo raciocínio. "Se as 12 mensalidades custarem 12.000 reais, mas, pagando adiantado, você ganhar 33% de desconto, o custo cairá para 8.000 reais. Só vale pegar essa quantia no banco se, ao multiplicar o valor  das parcelas pelo número de prestações, o resultado não superar 12.000 reais", diz Calil.

Bolso vazio

Dicas para quem está endividado

Segundo a Fecomércio, 65% das famílias brasileiras estão endividadas. Se você está entre elas, também vale a pena negociar. Afinal, a escola não está interessada em perder alunos. "Busque um posicionamento que caiba em seu orçamento", diz Reinaldo Domingos.

Esses pais também devem tentar obter um parcelamento da matrícula do ano seguinte, mesmo que seja paga somente a partir de janeiro. Se a difculdade financeira ameaçar a permanência de seu filho na escola, recorde durante a negociação o bom histórico de pagamentos.

Algumas instituições, para conservar o aluno, oferecem bolsas temporárias.

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