Há uma única boa notícia para quem procura emprego no Brasil
O país está, sim, saindo do fundo do poço, segundo disse o CEO do ManpowerGroup, Nilson Pereira, com exclusividade para EXAME.com
Camila Pati
Publicado em 14 de março de 2017 às 09h46.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 09h50.
São Paulo – O crescimento do otimismo na perspectiva de contratação entre 850 empregadores consultados pelo ManpowerGroup é a boa notícia para candidatos a vagas de emprego no Brasil.
A pesquisa de emprego referente ao segundo trimestre de 2017 confirma que o país está, sim, saindo do fundo do poço, segundo disse o CEO do ManpowerGroup, Nilson Pereira, com exclusividade para EXAME.com.
As intenções de contratação para o período entre abril e junho de 2017, no entanto continuam negativas: -4% O resultado, porém, é o melhor dos últimos dois anos: 6 pontos percentuais maior em relação ao mesmo período do ano anterior e 4 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017.
“A grande novidade dessa pesquisa é a estabilidade. O que a gente destaca é que o cenário de sistemática melhora na perspectiva, que já estava sendo observado nas pesquisas anteriores, continua. A grande maioria das empresas já não fala em redução de funcionários”, diz Pereira.
O cálculo é fruto da diferença entre a porcentagem dos empregadores que esperam aumento e a porcentagem que prevê redução de funcionários no próximo trimestre.
Entre quem vai contratar e quem disse que vai demitir fica-se no zero a zero. É que 15% disseram que vão aumentar no número de funcionários e outros 15% deram más notícias: vão cortar empregados.
O melhor e o pior setor para encontrar emprego
O mais otimista dos oito setores da indústria pesquisados no Brasil é o de agricultura , pesca & mineração. “A pesquisa deixa claro que esse setor é destaque e o mais favorável para contratação”, diz Pereira.
Segundo o ManpowerGroup, a margem de 17% é o maior indicador em quatro anos, melhorando 12 e 31 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017 e segundo trimestre de 2016.
O pior indicador vem do setor da construção civil: -21%. “A construção civil tem relação direta com a Operação Lava Jato. Mas não só isso, também depende do poder compra de longo prazo da população então tem o reflexo do momento econômico do Brasil”, diz Pereira.
O otimismo é maior nas grandes empresas, onde a expectativa de contratação é de 6%. Nas microempresas, o pior cenário: -10%. “São as grandes que vão puxar a retomada”, diz Pereira.
Em relação aos estados, São Paulo é destaque positivo para empregos e o Rio de Janeiro tem a pior situação, com previsão de queda de -23% para o próximo trimestre. “Infelizmente temos acompanhado isso no setor público, e também notamos reflexo da Lava Jato e da situação da Petrobras”, diz o CEO do ManpowerGroup.
A queda no Rio de Janeiro é de seis pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017 e de quatro pontos na comparação com o mesmo período do ano passado.