Estes 5 setores estão contratando profissionais temporários na pandemia
Levantamento exclusivo da Page Interim mostra os 11 profissionais mais buscados pelas empresas para contratos temporários
Luísa Granato
Publicado em 29 de abril de 2020 às 06h00.
Última atualização em 29 de abril de 2020 às 06h00.
Mudanças na estratégia de negócio e novas demandas ligadas à pandemia do coronavírus estão aumentando as contratações em cinco setores, especialmente de profissionais temporários e terceirizados.
Segundo levantamento da Page Interim, consultoria especializada em recrutamento, seleção e administração de trabalhadores nas duas formas de contrato, as áreas de Tecnologia da Informação, Finanças, Recursos Humanos e Saúde procuram mais profissionais nesse momento.
Maíra Campos, diretora da consultoria, explica que é difícil estimar em números o crescimento, por ser um pico anormal de procura, mas que existem oportunidades crescentes nas cinco áreas.
“O Agronegócio também teve uma demanda importante em toda sua cadeia. Assim como empresas que fornecem equipamentos para hospitais ou bens de consumo essenciais, como papel higiênico”, diz ela.
A diretora observa que o movimento contrário, de demissões, ocorre para temporários e terceirizados, mas não é tão comum quanto medidas como férias coletivas, redução de jornada e suspensão de contratos.
“Temos clientes, como na área de entretenimento, que pediram pela redução de jornada e salários. As empresas têm acompanhado as medidas provisórias do governo contra o desemprego. Acho importante que existe essa consciência de que a crise vai passar e as empresas vão precisar manter essas pessoas”, fala Campos.
Nas áreas destacadas no levantamento, confira os cargos com mais demanda:
TI
Analista de infraestrutura
O que faz: trabalha principalmente com o suporte a planejamento, seleção e manutenção de softwares, hardware e redes; também em suporte técnico, resolvendo chamados de instalação, configuração e solucionando as principais dúvidas da operação.
Média salarial: R$ 4 mil a R$ 5,5 mil
Motivo para a alta: as emergentes necessidades de home office impulsionaram o aumento da demanda de profissionais para prestar suporte ao processo de migração. Conhecimentos adicionais em tecnologias cloud e de trabalho colaborativo também têm sido valorizados frente às adaptações ao trabalho remoto.
Desenvolvedor web
O que faz: desenvolvedores generalistas para ambiente web têm ganhado importância pela adaptabilidade a diferentes linguagens e necessidades, realizando entregas com alta qualidade e voltadas ao mercado digital.
Média salarial: A partir de R$ 6,5 mil
Motivo para a alta: com migrações a ambientes web (sites e aplicações) dos mais diferentes negócios, os desenvolvedores web tornaram-se requisitados para compor equipes tecnicamente especializadas. O termo também vem se tornando mais conhecido devido à popularização de diversos cursos e da flexibilização de perfil de atuação dos profissionais da área.
Analista de UX (experiência de usuário)
O que faz: profissional com proficiência em identificar problemas de uso em interfaces, criando hipóteses e testes para soluções. Realizam testes A/B e criam o design da experiência do usuário que amplifique métricas de acesso, utilização e retorno.
Média salarial: a partir de R$ 5 mil
Motivo para a alta: diversas empresas estão reavaliando todos seus canais de comunicação e distribuição de bens e serviços. Com o isolamento social, cada aumento na taxa de conversão e resultados dentro da interação do usuário tem impacto positivo no resultado dos negócios.
Vendas
Analista de serviço ao consumidor (customer service)
O que faz: resolve questões de agendamento de pedidos, ocorrência de entregas e direcionamento de resolução. Prestam atendimento telefônico por diferentes canais. Fazem follow-up de todos atendimentos, buscando excelência e resolução efetiva.
Média salarial: R$ 3 mil a R$ 4.5 mil
Motivo para a alta: com o aumento de demandas virtuais, que vão para além dos canais tradicionais, a preocupação com qualidade de atendimento ao cliente final e aos colaboradores também se intensificou. Então, houve crescimento na busca das empresas por estes profissionais.
Analista de compras
O que faz: prospecção e cotações no mercado; renegociações com clientes; compras internacionais e nacionais e gestão de carteira de fornecedores.
Média salarial: R$ 4.5 mil a R$ 5.5 mil
Motivo para a alta: a redução de custos latentes e imediatos traz potencial para renegociações de contratos, planejamento de demandas e gestão de fornecedores. Então, a demanda profissional por analistas de compras aumentou.
Finanças
Analista de cobrança
O que faz: responsável pela atividade de recebimento e cobrança; atendimento a clientes internos e externos; construção de indicadores para acompanhamento da carteira de cobrança; conhecimento de rotinas como régua de cobrança, controle de inadimplência, renegociação; gestão de contratos comerciais;
Média salarial: R$ 3 mil a R$ 6 mil
Motivo para a alta: no contexto atual, o mercado apresenta maior necessidade de profissionais que tenham habilidade de negociação para ajustes no fluxo de caixa, cobranças pendentes e planejamento para redução de PDD (provisão de devedores duvidosos).
Analista contábil a coordenador de controladoria
O que faz: realiza conciliações e relatórios; atendimento à auditoria externa e revisão das demonstrações financeiras anuais; aprovação e revisão de ordens de compra de acordo com classificação contábil, condições fiscais e financeiras com verba orçamentária e é responsável pela estrutura de rateio de custos (intercompany);
Média salarial: para analista pleno, R$ 5 mil a R$ 7 mil; coordenador, R$ 8 mil
Motivo para a alta: O momento demonstra maior necessidade de ter a contabilidade dos negócios em dia. O profissional torna-se importante por fazer a revisão e reportar as demonstrações financeiras, orientando as melhores estratégias para a empresa.
Analista de faturamento
O que faz: analisa e valida todo o fluxo de notas fiscais; audita a precisão das informações de faturamento e monitora a operação; configura contratos para faturamento e cobrança; auxilia nas tarefas relacionadas ao fechamento do mês;
Média salarial: analista jr. a pleno, R$ 2 mil a R$ 4 mil; analista sênior, R$ 6 mil
Motivo para a alta: Com o contexto atual e as operações virtuais, o volume de emissão de notas pode aumentar, exigindo êxito e acompanhamento profissional.
Saúde
Técnicos de enfermagem
O que faz: profissional presta assistência direta ao paciente, administrando medicações e curativos, aferindo a pressão e temperatura, coletando material para exames laboratoriais, realizar banho no leito de pacientes acamados, entre outras funções.
Média salarial: R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil
Motivo para a alta: são profissionais essenciais durante o momento atual do país, em relação à pandemia de covid-19. Com o aumento do número de pacientes, procuram-se mais profissionais para evitar o colapso do sistema de saúde e também para revezar jornadas de trabalho. Os decretos governamentais têm aumentado a busca pela contratação temporária na área.
Psicólogo
O que faz: atua em propostas de terapia remota individual a grupos ou plantões psicológicos, realizando diagnóstico e tratamento dentro de linhas psicoterapêuticas.
Média salarial: R$ 4 mil e R$ 5.5 mil
Motivo para a alta: saúde mental é uma pauta cada vez mais vital nas empresas. Em momentos de crise e readaptação, este profissional tem sido cada vez mais procurado para promover escuta e diálogo frente aos desafios e ansiedades individuais decorrentes.
RH
Coordenador a gerente de RH
O que faz: O foco no momento é para especialistas em folha de pagamento e gestão de crise. Ele coordena estrategicamente todos os processos de folha junto a área Financeira, como recolhimento de impostos, obrigações trabalhistas, cálculo e conferência de pagamentos; além disso, pode buscar novas parcerias com fornecedores (ex: benefícios) e propor otimização sistêmicas de diversos processos operacionais.
Média salarial: A partir de R$ 8,5 mil
Motivo para a alta: reavaliar recursos de folha é uma estratégica para o manejo de crise. O profissional que, dentro da legislação – lembrando da MP 936 recém-publicada – e ética profissional conseguir promover redução de custos junto às estratégias definidas pela empresa, torna-se altamente valioso neste momento.