ESG: faltam profissionais na área e salários podem chegar aos 5 dígitos
Apesar de ser uma das principais tendências de carreira e negócios nos dias de hoje, ainda faltam profissionais qualificados na área que tem pagado até R$20 mil por mês
Roberto Bodetti
Publicado em 8 de junho de 2022 às 16h29.
Invernos rigorosos, verões com temperaturas acima dos 40°C e chuvas destrutivas, esses são alguns dos problemas que o mundo vem presenciando como respostas aos danos causados ao meio ambiente.
Por causa desses impactos negativos, aumentou a preocupação de companhias, instituições e personalidades com a sustentabilidade. É por isso que cada vez mais o ESG vem ganhando relevância nas empresas, que agora estão comprometidas com um desenvolvimento sustentável.
O termo em inglês que pode ser traduzido para Governança ambiental, social e corporativa refere-se a um conjunto de práticas adotadas por empresas com foco em um desenvolvimento sustentável. O conceito foi definido em 2004 por uma iniciativa da ONU chamada Pacto Global. Atualmente, o Pacto Global reúne 15 mil empresas do mundo todo que buscam melhorias de desenvolvimento no trabalho, nas relações humanas, no meio ambiente e no combate à corrupção.
No Brasil, diversas companhias já fazem parte da iniciativa, seguem práticas ESG e trabalham para cumprir com metas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) imposto pela ONU, e o número só tende a crescer.
Prova disso é o aumento da quantidade de empresas no ISE B3, um índice da bolsa de valores brasileira que lista companhias comprometidas com um avanço sustentável. Atualmente, 46 empresas estão listadas no índice, contra 40 em 2021.
Acontece que com o aumento do número de empresas preocupadas com um avanço sustentável, houve também um crescimento no número de vagas para trabalhar em áreas ESG. Quando é feita uma busca por vagas com a palavra “ Sustentabilidade ”, o LinkedIn traz mais de 3 mil resultados, como mostra a foto abaixo.
Fonte: LinkedIn, 2022
Porém, na contramão da alta demanda de profissionais da área, existem poucas pessoas qualificadas para essas posições, pois as profissões voltadas para o ESG ainda são muito recentes no mercado. Em dezembro de 2020, um estudo realizado pelo CFA Institute analisou 1 milhão de perfis no LinkedIn, dos quais menos de 1% mostravam qualquer tipo de qualificação para atuar com ESG.
E qual a qualificação necessária para trabalhar com ESG?
Em 2020 foi realizado um estudo pela Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) em parceria com a Deloitte. A pesquisa contou com 370 respondentes e explorou o perfil de quem atua em profissões de ESG.
Quando questionados sobre o seu grau de escolaridade, pelo menos 30% dos respondentes possuem um grau de escolaridade maior do que superior. Além disso, o estudo mostra que formações como mestrado e doutorado compõem o currículo dos profissionais da área.
Fonte: Pesquisa Profissionais de Sustentabilidade | Deloitte/Abraps
Além disso, 44% dos profissionais entrevistados afirmam ter uma especialização específica na área. O estudo mostra que formações como a série J ornada Executivo de Impacto da EXAME são importantes para seguir carreiras nas áreas ESG.
Pensando em atender a alta demanda de profissionais de ESG a EXAME Academy lançou a Jornada Executivo de Impacto , uma série gratuita de 4 episódios que irá falar mais sobre o que é necessário para um profissional fazer parte da área que mais terá impacto no mercado na próxima década.
A série é ministrada pela head de ESG da EXAME, Renata Faber e estará no ar do dia 6 ao dia 14 de junho. As aulas são completamente gratuitas, online e irão tratar de temas que ajudam profissionais a ingressar em empresas e instituições bilionárias que estão buscando novos talentos para as áreas de sustentabilidade. Para mais informações sobre a série, clique no link abaixo.
Conquiste o cargo dos seus sonhos com a série Jornada Executivo de Impacto!
ESG não é apenas um trabalho.
Por conta da pluralidade de formações, e de alguns dos cursos citados não terem relação direta com sustentabilidade, o estudo da Abraps também pediu aos respondentes para que eles dissessem o que os motivou a mudar de carreira.
70% dos profissionais responderam que seguiram este caminho por “realização pessoal” e 55% por “admiração ao tema” (A pergunta permitia mais de uma resposta).
Fonte: Pesquisa Profissionais de Sustentabilidade | Deloitte/Abraps
A pesquisa mostra que profissionais nos dias de hoje não buscam profissões sem uma meta. Pelo contrário, exigem carreiras que trazem significado para seu trabalho e que tem algum impacto positivo na vida de outras pessoas.