Decisões em grupo nem sempre são as melhores, diz pesquisa
Gazi Islam, professor do insper, explica por que as decisões tomadas em grupo podem não ser tão boas quanto as feitas por uma única pessoa
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 09h23.
São Paulo - No calor da hora da decisão, a maioria das pessoas toma uma atitude diferente do que havia planejado. Essa é uma das conclusões de uma série de estudos feitos pelos professores Gazi Islam e Dany Claro, ambos do Insper, escola de negócios de São Paulo. A dupla também demonstrou que, diante da sensação de perda, a pessoa faz opções mais arriscadas do que quando está em vantagem.
Por fim, os pesquisadores reaplicaram a experiência em grupos e constataram que o comportamento é muito parecido — os estudos foram feitos com alunos do Insper. Em resumo, uma decisão em grupo é tão exposta a variações emocionais quanto uma individual. Leia entrevista com Gazi Islam.
- Quais são as conclusões dos estudos que vocês fizeram?
Gazi Islam - O que nós concluímos é que as pessoas desviam da estratégia inicial que traçaram quando influenciadas, principalmente, pela sensação de perda. Elas tendem a sair do planejamento e correr mais risco quando estão em desvantagem. A pessoa usa a razão na hora de planejar, mas, quando precisa tomar uma decisão durante a execução, ela tende a mudar o comportamento, e essa mudança é emocional. Na segunda experiência, quando pedimos para o grupo tomar decisões conjuntas, o resultado foi parecido.
- Isso contraria o velho dito popular de que duas cabeças pensam melhor do que uma?
Gazi Islam - É verdade. Claro que era um experimento específico e o mundo real é diferente. Mas as decisões em grupo também tendem a sofrer a influência da emoção. Numa decisão em grupo, tão comum em empresas que formam equipes de trabalho reunindo funcionários de várias áreas, o componente emocional pode até mesmo ficar mais exacerbado. Isso porque o grupo proporciona uma sensação de segurança que alivia a responsabilidade individual de cada participante.
Ou seja, as pessoas podem assumir ainda mais riscos quando estão trabalhando em grupo. Note que a experiência não revela se a escolha feita sob pressão é melhor ou pior, apenas que ela contraria o que havia sido planejado inicialmente. Às vezes, no trabalho, as opções feitas na última hora podem ser melhores do que o planejamento, ainda que menos racionais.
- O que as pessoas podem levar em conta na próxima vez que estiverem trabalhando em grupo?
Gazi Islam - Quando avisamos as pessoas para controlar a emoção durante o teste, elas conseguiram ser mais fiéis ao planejamento inicial. Ou seja, na próxima reunião, fique atento ao seu comportamento e ao das outras pessoas. Observe os comentários dos participantes sob esse ponto de vista. Talvez você consiga detectar quem está agindo mais sob impulso.
São Paulo - No calor da hora da decisão, a maioria das pessoas toma uma atitude diferente do que havia planejado. Essa é uma das conclusões de uma série de estudos feitos pelos professores Gazi Islam e Dany Claro, ambos do Insper, escola de negócios de São Paulo. A dupla também demonstrou que, diante da sensação de perda, a pessoa faz opções mais arriscadas do que quando está em vantagem.
Por fim, os pesquisadores reaplicaram a experiência em grupos e constataram que o comportamento é muito parecido — os estudos foram feitos com alunos do Insper. Em resumo, uma decisão em grupo é tão exposta a variações emocionais quanto uma individual. Leia entrevista com Gazi Islam.
- Quais são as conclusões dos estudos que vocês fizeram?
Gazi Islam - O que nós concluímos é que as pessoas desviam da estratégia inicial que traçaram quando influenciadas, principalmente, pela sensação de perda. Elas tendem a sair do planejamento e correr mais risco quando estão em desvantagem. A pessoa usa a razão na hora de planejar, mas, quando precisa tomar uma decisão durante a execução, ela tende a mudar o comportamento, e essa mudança é emocional. Na segunda experiência, quando pedimos para o grupo tomar decisões conjuntas, o resultado foi parecido.
- Isso contraria o velho dito popular de que duas cabeças pensam melhor do que uma?
Gazi Islam - É verdade. Claro que era um experimento específico e o mundo real é diferente. Mas as decisões em grupo também tendem a sofrer a influência da emoção. Numa decisão em grupo, tão comum em empresas que formam equipes de trabalho reunindo funcionários de várias áreas, o componente emocional pode até mesmo ficar mais exacerbado. Isso porque o grupo proporciona uma sensação de segurança que alivia a responsabilidade individual de cada participante.
Ou seja, as pessoas podem assumir ainda mais riscos quando estão trabalhando em grupo. Note que a experiência não revela se a escolha feita sob pressão é melhor ou pior, apenas que ela contraria o que havia sido planejado inicialmente. Às vezes, no trabalho, as opções feitas na última hora podem ser melhores do que o planejamento, ainda que menos racionais.
- O que as pessoas podem levar em conta na próxima vez que estiverem trabalhando em grupo?
Gazi Islam - Quando avisamos as pessoas para controlar a emoção durante o teste, elas conseguiram ser mais fiéis ao planejamento inicial. Ou seja, na próxima reunião, fique atento ao seu comportamento e ao das outras pessoas. Observe os comentários dos participantes sob esse ponto de vista. Talvez você consiga detectar quem está agindo mais sob impulso.