Como seria um processo seletivo ideal para estágio e trainee
Pesquisa da E-guru & Clave revela como seria o processo seletivo dos sonhos segundo candidatos a estágio e trainee
Camila Pati
Publicado em 14 de maio de 2015 às 06h08.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h43.
São Paulo – Cansativos e longos. Assim a maioria dos candidatos a programas de estágio e trainee definem os processos seletivos. A informação parte de uma pesquisa feita com 15 mil pessoas pela consultoria E-guru& Clave para identificar a percepção dos candidatos sobre processos de seleção. O dado é um “soco no estômago” dos profissionais de recrutamento e seleção, segundo Andrea Krug, sócia-diretora da E-Guru & Clave. “A maioria das opiniões sobre os processos seletivos é negativa, ou seja, os jovens não têm coisa bacana para falar e isso significa que tem algo errado que as empresas e nós, profissionais da área de recursos humanos, estamos fazendo nos processos seletivos”, diz Andrea. O cansaço foi o ponto mais citado em relação às seleções: 42,2% dos participantes usaram o termo cansativo para definir os processos seletivos. A duração excessiva é fator marcante das seleções para 37,7%. O termo positivo mais usado pelos participantes foi interessante, com 29,6% das respostas. Mas, novamente, outro ponto negativo aparece: para 27,1% os processos apresentam exercícios que não avaliam. E os jovens têm razão, segundo a especialista. “Muitas vezes a preocupação é atrair milhares de candidatos e não há alinhamento entre a estratégia de atração de talentos e o processo seletivo”, diz. Com grande parte dos participantes (87,5%) na faixa etária de até 31 anos e quase metade (40,8%) com nível superior completo, o levantamento atinge o público alvo das organizações em busca de jovens talentos. A região Sudeste, local da maioria das oportunidades profissionais, é também de onde parte a maior amostra de respondentes: 86,8%. Clique nas fotos para conferir como seria o processo seletivo ideal, na opinião dos entrevistados:
Para 79,8% dos participantes, os games são, entre as ferramentas existentes, as que avaliam melhor as competências dos candidatos . A resposta surpreende já apenas 33,5% já tiveram a experiência de participar de um game em processo seletivo. E por que os games são melhores para avaliar? Para 45,7% dos participantes é o fato de um game reunir avaliações de elementos técnicos e comportamentais. A interatividade também aparece nas respostas de 20,7% dos entrevistados. “Os games são mais interativos, divertidos e contextualizados”, diz Andrea Krug.
A maior parte dos entrevistados, 64,6%, prefere as plataformas online na hora de fazer provas e participar de games durante processos seletivos. Desktops e notebooks ficam com a preferência de 56,9% e os dispositivos móveis – smartphones e tablets – são as escolha de 7,7%. Muitas vezes temidas, jogos e provas em dinâmicas de grupo tiveram 33,3% das escolhas, de acordo com o levantamento.
O currículo deve ser o primeiro elemento de filtragem de candidatos, na opinião de 59% dos entrevistados. Os investimentos dos jovens na formação acadêmica podem explicar a importância que o currículo deve ter nos processos seletivos, na visão dos candidatos. Mas, na opinião de 22,2%, o processo seletivo ideal teria provas como filtros iniciais e, segundo 14,7%, os games seriam o começo ideal de uma seleção.
“Os games são ótimos, mas ninguém abre mão do olho no olho”, diz Andrea. A fase do processo seletivo que melhor avalia candidatos, segundo os entrevistados é a entrevista individual. De longe é a etapa que mais se destaca nas respostas dos participantes, com 65,5% da preferência. Estudo de caso e apresentação individual também foram etapas citadas, com 12,6% e 10,1% das respostas, respectivamente.
“Os candidatos querem receber informações mais precisas sobre o processo seletivo e também sobre a vaga”, diz Andrea Krug. A comunicação, de acordo com ela, é um ponto fraco em muitos processos. O ideal, na opinião dos jovens, é que a empresa vá além de mensagens pontuais sobre datas das próximas etapas da seleção.
Respostas como, por exemplo, “o seu currículo seguirá na nossa base de dados” são frustrantes e estariam de fora de um processo seletivo ideal. Interessados em se aperfeiçoar e se desenvolver, jovens querem ter a oportunidade de receber avaliações individuais de desempenho. Esse é um dos principais segredos de uma experiência positiva para candidatos aprovados e reprovados nas fases finais. Andrea Krug conta que já teve a oportunidade de fazer avaliações específicas para finalistas em seleções de trainee. “Foram centenas de laudos, mas você não tem ideia da alegria e gratidão dos candidatos por essa ação”, diz.