Como ficaram os acentos depois do Novo Acordo Ortográfico?
Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional, fala sobre as mudanças nas regras de acentuação
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 12h05.
* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Que há de inadequado nestas expressões: "crêem", "lêem", "pêra", "estréia", "pára", "pólo"?
Desde 1º de janeiro de 2016, qualquer manifestação escrita em língua portuguesa será regida obrigatoriamente pelas novas normas do Acordo Ortográfico. Mesmo assim, a mudança (apenas gráfica) atingirá apenas 0,8% do total de palavras usadas no Brasil.
Em relação à acentuação, apenas os termos paroxítonos - com a tonicidade presente na penúltima sílaba - foram atingidos.
De agora em diante, todos os paroxítonos finalizados em -A, -E, -O (pluralizados ou não), -EM e - ENS não serão mais acentuados graficamente.
Antes, vocábulos como "beira", "cera", "veja" seguiam (e seguem!) a regra. No entanto, "pêra", "pólo", "pára", mesmo sendo paroxítonos, seguiam o princípio da acentuação diferencial.
Pensando na padronização, "beira", "cera", "pera", "polo", "para" seguem agora a mesma lógica: a regra dos paroxítonos.
Com o Novo Acordo, simplificou-se a acentuação gráfica: não há dúvida. Afinal, regra é regra.
Na minha opinião, a forma verbal "para" deveria ainda se diferenciar da preposição "para", a fim de se evitar ambiguidade. Como exemplo, há uma mensagem estampada no dicionário Aurélio: "O trânsito da alegria PARA a tristeza".
E agora? Verbo ou preposição? Alegria interrompe a tristeza ou alegria voltada à tristeza? Sem o texto e suas intenções, é realmente muito complicado entender.
Nenhuma reforma é perfeita, jamais será. Que o Novo Acordo Ortográfico possa trazer aos países de Língua Portuguesa união, estudos profundos e consulta popular.
Um grande abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Que há de inadequado nestas expressões: "crêem", "lêem", "pêra", "estréia", "pára", "pólo"?
Desde 1º de janeiro de 2016, qualquer manifestação escrita em língua portuguesa será regida obrigatoriamente pelas novas normas do Acordo Ortográfico. Mesmo assim, a mudança (apenas gráfica) atingirá apenas 0,8% do total de palavras usadas no Brasil.
Em relação à acentuação, apenas os termos paroxítonos - com a tonicidade presente na penúltima sílaba - foram atingidos.
De agora em diante, todos os paroxítonos finalizados em -A, -E, -O (pluralizados ou não), -EM e - ENS não serão mais acentuados graficamente.
Antes, vocábulos como "beira", "cera", "veja" seguiam (e seguem!) a regra. No entanto, "pêra", "pólo", "pára", mesmo sendo paroxítonos, seguiam o princípio da acentuação diferencial.
Pensando na padronização, "beira", "cera", "pera", "polo", "para" seguem agora a mesma lógica: a regra dos paroxítonos.
Com o Novo Acordo, simplificou-se a acentuação gráfica: não há dúvida. Afinal, regra é regra.
Na minha opinião, a forma verbal "para" deveria ainda se diferenciar da preposição "para", a fim de se evitar ambiguidade. Como exemplo, há uma mensagem estampada no dicionário Aurélio: "O trânsito da alegria PARA a tristeza".
E agora? Verbo ou preposição? Alegria interrompe a tristeza ou alegria voltada à tristeza? Sem o texto e suas intenções, é realmente muito complicado entender.
Nenhuma reforma é perfeita, jamais será. Que o Novo Acordo Ortográfico possa trazer aos países de Língua Portuguesa união, estudos profundos e consulta popular.
Um grande abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!