Mobilidade interna: tendência deve aumentar no pós-pandemia (Malte Mueller/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 14h10.
Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 16h15.
Em momentos de revisão e análise, como este que foi imposto pela pandemia às empresas, as contratações tendem a ficar em segundo plano. Isso deve tornar imprescindível o movimento de mobilidade interna, para que as empresas encontrem talentos dentro das próprias equipes.
Uma pesquisa do LinkedIn aponta que deve haver um aumento de 20% na mobilidade dentro das empresas. Ou seja, deve ficar mais fácil trocar de função.
O potencial dos profissionais e as competências que podem adquirir substituirão a formação e a capacidade técnica. Com isso, o domínio de determinada habilidade não deve importar tanto, o que deve estimular também o aumento dos programas de treinamento.
Esse aumento da mobilidade interna já era uma tendência em alguns nichos de mercado como as startups, que valorizam a agilidade e a flexibilidade. Com a pandemia, porém, essa cultura deve aumentar.
“O perfil do profissional procurado também muda. Vemos uma demanda ainda mais acentuada em funções relacionadas a área de tecnologia e desenvolvimento de software, além de competências interpessoais como adaptabilidade e comunicação que estão sendo ainda mais valorizadas”, explica Ana Plihal, executiva de soluções de Talentos do LinkedIn Brasil , do LinkedIn.
Em 2020, as vagas na área de tecnologia dispararam no Brasil, apesar da crise por que passa o país.
Além disso, as chamadas soft skills, habilidades comportamentais citadas por Ana Plihal também começam a ganhar mais importância, em vez da capacidade técnica.
Devido ao cenário de mudanças, as empresas se afastarão de cargos estáticos em departamentos isolados e devem aumentar um trabalho multifuncional com base em projetos, em que existe a possibilidade de alocar funcionários de acordo com as necessidades.
O LinkedIn também aponta que um em cada dois profissionais de Recursos Humanos esperam uma diminuição nos orçamentos de recrutamento, e isso deve mudar a cultura de contratação.
Isso, porém, não está necessariamente ligado à permanência da crise econômica pela qual o Brasil passa em 2021. Nos últimos meses, o desemprego atingiu um pico recorde: 14, 1 milhões de pessoas estão sem trabalho no país.
“As contratações no Brasil estão voltando aos níveis pré-pandemia, mas ainda não devem compensar o aumento do desemprego. O aumento na mobilidade interna significa que as empresas darão preferência a candidatos internos na hora do recrutamento. As contratações externas vão continuar acontecendo, mas o que prevemos é o desenvolvimento e treinamento dos talentos que já existem para ocupar cargos mais dinâmico”, acrescenta .