(KDP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2022 às 11h00.
A agricultura surgiu há cerca de 12 mil anos, no período neolítico. Na época, a prática de plantar e colher não somente foi responsável por garantir segurança alimentar, mas também por criar e manter as primeiras sociedades organizadas. Hoje, 12 mil anos depois, o agro (agricultura e pecuária) representa quase 30% do PIB brasileiro - a maior participação em 17 anos - e emprega mais de 9 milhões de brasileiros.
Quando pensamos em agronegócio, a primeira imagem que vem à mente são pessoas colocando suas botas, indo pro campo e trabalhando extensivamente das lavouras debaixo de sol. Mas a verdade é que isso já deixou de ser realidade há muito tempo. Não é à toa que, nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de importador de alimentos para se tornar um importante exportador do mundo.
E apesar do trabalho duro no campo, esse avanço do setor só é possível graças a uma velha conhecida da cidade.
Num momento em que o mundo convive com guerra, quebras logísticas, inflação em alta e reiteradas mostras dos efeitos do aquecimento global, o desempenho do agronegócio brasileiro se deve ao avanço da tecnologia, que fornece soluções para manter a produtividade, utilizar as terras com eficiência e se manter sustentável, ao mesmo tempo em que alimenta uma população global crescente.
Empresas como a Adroit Robots, que oferece uma solução para o produtor que precisa contar milhões de frutas ao final da colheita, e a Krilltech, que desenvolveu nanopartículas que impulsionam a oxigenação do solo e reduzem a necessidade de fertilizantes, são exemplos de empreendimentos que levaram a tecnologia ao campo e estão participando de uma verdadeira revolução no agronegócio.
Do preparo do solo, até a distribuição dos produtos, o agronegócio sofre com os percalços da própria natureza. Secas, geadas, queimadas e pragas podem comprometer meses de trabalho e milhões de reais ao final de uma temporada de plantio.
Nesse contexto, a tecnologia no campo é um dos principais fatores de sucesso de um produtor rural. Afinal, tanto as máquinas, quanto os computadores e os sistemas automatizados permitem que o produtor não precise ficar a mercê de achismos na hora de controlar pragas, prever a colheita e monitorar o clima.
É justamente por isso que, hoje, as melhores oportunidades de trabalho no agronegócio estão na implementação de projetos digitais, uma atividade que você pode exercer de dentro de um escritório, e sem precisar sair do centro urbano.
A revolução tecnológica no agronegócio brasileiro abriu as portas para que profissionais que nunca pisaram no campo pudessem construir uma carreira de sucesso no setor. Ocupações que eram inexistentes há pouco tempo, hoje são as que mantêm o agro produtivo e competitivo.
Profissionais de TI, engenheiros, economistas, estatísticos, gerentes de operação e analistas de dados são apenas algumas das profissões que já migraram para o campo. E a tendência é mundial. Bilionários, como Bill Gates, estão se tornando donos de centenas de milhares de hectares de terra em todo o mundo e apostando na tecnologia para torná-las produtivas.
O investimento nas agritechs - as startups que levam inovação e tecnologia ao campo -, por exemplo, atingiu os US$40 milhões apenas no primeiro trimestre de 2022.
Segundo estudo inédito da Agência Alemã de Cooperação Internacional, a estimativa é de que, em dois anos, existam 32,5 mil profissionais qualificados para 178,8 mil oportunidades em profissões emergentes, dentro de um total de 18,3 milhões no setor. Em uma década, esses números devem alcançar a marca de 162,3 mil profissionais para 360 mil vagas.
Ou seja, hoje, existem cerca de 5 vagas em aberto para cada profissional qualificado no mercado. E mesmo em 10 anos, essa proporção deve ser de cerca de 2 vagas para cada profissional.
Nunca antes o agronegócio necessitou de tantos profissionais, mas a oferta de pessoas capacitadas não consegue acompanhar esta necessidade.
Com dinheiro na mão e muitos problemas para resolver, o campo tem buscado um profissional específico para ajudá-lo a implementar tecnologias. Com salários médios de R$12 mil por mês e 5 vagas por profissional disponível, o Agro Digital Manager é a profissão mais em alta quando o assunto é unir o campo à tecnologia.
Responsável por estruturar, implementar e monitorar projetos digitais em propriedade agrícolas, o Agro Digital Manager não precisa ter diploma em agronomia ou medicina veterinária para exercer sua profissão - muito menos precisa morar no campo.
Com o objetivo de ajudar a formar mais profissionais para suprir a demanda do setor, a EXAME preparou a masterclass gratuita Carreira em Digital Agribusiness. Para participar basta se inscrever clicando aqui. Programada para acontecer dia 5/9 às 19h30, a masterclass vai revelar:
A aula será ministrada por Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, uma das gestoras de Venture Capital mais tradicionais do país especializada no agronegócio. Desde 2007, a gestora investe em startups de tecnologia para o agronegócio, as chamadas agritechs.