À francesa ou a francesa, qual é o certo?
Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional, explica como o acento grave pode alterar o percurso de uma ideia
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2013 às 15h36.
*Respondido por Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional
Denotador das locuções adverbiais femininas, o acento grave ocorre, assim, por motivos de clareza, indicando “maneira de”. A locução “à francesa”, por exemplo, indica sair de fininho, de maneira discreta; já a expressão “a francesa”, sem o uso do acento grave, indica uma cidadã nascida na França.
Que tal um poema, elaborado por mim, para verificarmos que um acento grave pode mudar bastante a ideia?
A francesa vem
e vem à francesa.
A tarde aparece, mas a francesa
só chega à noite.
Às vezes! Depende do tempo, lá fora.
À vontade ela fala.
À disposição parece estar.
À uma, toma mais uma.
A caneta risca.
Ela risca à caneta.
À vista sempre paga.
Assim, a francesa vai, quase à francesa.
Notou? As locuções adverbiais femininas, iniciadas por “à(s)”, indicam a “maneira de” a ação ser executada; indicam, também, tempo.
É também interessante comprovar a presença obrigatória do acento grave em locuções prepositivas (finalizadas em preposição) e em locuções conjuntivas (finalizadas em conjunção): à custa de, à espera de, à beira de, à base de, à moda de, à medida que, à proporção que etc.
Durante a leitura, espero que você não tenha saído à francesa. Afinal, o uso do acento não é tão grave a ponto de deixá-lo à beira de um ataque.
Um abraço e até a próxima!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
*Respondido por Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional
Denotador das locuções adverbiais femininas, o acento grave ocorre, assim, por motivos de clareza, indicando “maneira de”. A locução “à francesa”, por exemplo, indica sair de fininho, de maneira discreta; já a expressão “a francesa”, sem o uso do acento grave, indica uma cidadã nascida na França.
Que tal um poema, elaborado por mim, para verificarmos que um acento grave pode mudar bastante a ideia?
A francesa vem
e vem à francesa.
A tarde aparece, mas a francesa
só chega à noite.
Às vezes! Depende do tempo, lá fora.
À vontade ela fala.
À disposição parece estar.
À uma, toma mais uma.
A caneta risca.
Ela risca à caneta.
À vista sempre paga.
Assim, a francesa vai, quase à francesa.
Notou? As locuções adverbiais femininas, iniciadas por “à(s)”, indicam a “maneira de” a ação ser executada; indicam, também, tempo.
É também interessante comprovar a presença obrigatória do acento grave em locuções prepositivas (finalizadas em preposição) e em locuções conjuntivas (finalizadas em conjunção): à custa de, à espera de, à beira de, à base de, à moda de, à medida que, à proporção que etc.
Durante a leitura, espero que você não tenha saído à francesa. Afinal, o uso do acento não é tão grave a ponto de deixá-lo à beira de um ataque.
Um abraço e até a próxima!