Maria Ponomariova/Getty Images (Maria Ponomariova/Getty Images)
Repórter de Carreira
Publicado em 15 de maio de 2023 às 16h44.
Última atualização em 15 de maio de 2023 às 16h55.
Ontem, domingo, foi comemorado o Dia das Mães. Porém, no mundo do trabalho, elas têm pouco a celebrar.
De acordo com um estudo realizado pelo portal Empregos.com.br, que ouviu 273 mães entre 18 e 45 anos, mais da metade das mulheres (56,4%) já foi demitida ou conhece outra mulher que foi desligada após voltar da licença-maternidade.
Apesar da mão de obra feminina representar mais de 54% da força de trabalho, segundo o IBGE, a maternidade continua sendo uma escolha quase antagônica à vida profissional.
Prova disso é que o número de mulheres que foram promovidas grávidas ou após a licença-maternidade é pouco expressivo, de apenas 5,5% das respondentes.
A pesquisa constatou ainda que o julgamento e o constrangimento começam antes mesmo de conseguir a vaga de emprego. Quatro em cada dez mulheres relatam que já foram discriminadas em um processo seletivo ao contarem sobre a maternidade.
Em outra ocasião, 63,4% delas afirmam que já precisaram faltar no trabalho para cuidar do filho ou tiveram que levá-lo junto para o trabalho – situação vivida por 25% das entrevistadas.
Na outra ponta, o Empregos.com.br ouviu 388 empresas de médio e pequeno porte para identificar a cultura e políticas internas voltadas para as funcionárias que são mães.
A maioria (77,3%) oferece licença-maternidade de quatro meses, previstos na CLT; 18,3% oferecem licença de seis meses e 2% oferecem mais tempo de afastamento das atividades, conforme a necessidade da mãe.
Empresas que oferecem flexibilidade de horário e formato de trabalho (híbrido ou remoto) para gestantes e puérperas representam 62,1% da amostra.
A pesquisa também revelou que apenas 16,2% das empresas realizam acompanhamento médico e/ou psicológico das colaboradoras no retorno ao trabalho. Em termos de infraestrutura para receber filhos de funcionárias na empresa, 7% fornecem fraldário, sala de recreação e afins, enquanto 93% não possuem nenhum tipo de ambiente dedicado aos pequenos.