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15 cargos em alta na área de tecnologia com salários de até R$ 45 mil

Levantamento exclusivo para EXAME mostra as principais tendências de habilidades, linguagem de programação e carreira na área de tecnologia

 (We Are/Getty Images)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 07h00.

São Paulo - A área de tecnologia e os profissionais com habilidades digitais continuam sendo os mais requisitados no mercado de trabalho em 2020.

Com cada vez mais empresas passando pela transformação digital, o vácuo de talentos com as habilidades técnicas para preencher a demanda do mercado está aumentando.

Até 2024, a busca por esses profissionais chegará a 70 mil por ano no Brasil, mas o número de formados na área será de 46 mil, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Segundo Edney Souza, diretor acadêmico da Digital House, os recrutadores se tornaram mais ágeis para contratar na área, o que tem aumentado essa lacuna.

“Eles sabem de que empresas vão roubar os funcionários e o que vão oferecer para puxar esse talento imediatamente. Para quem está no mercado, não necessariamente um salário maior será o primeiro motivo para trocar de emprego, mas o desafio da vaga e o forte employer branding da empresa”, explica ele.

Durante o ano, áreas relacionadas a dados, computação em nuvem e cibersegurança devem ficar no radar no mercado. Especialmente com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor este ano e vai exigir que as companhias se adaptem às normas de segurança digital.

Ainda são poucos os especialistas nessa área e os recrutadores devem ter problemas para contratá-los. Quem já tem experiência na área não tem dificuldade para conseguir trabalhos e não costuma ter interesse em ter um emprego fixo, preferindo a autonomia e liberdade para escolher quando trabalha.

No quesito técnico, três linguagens de programação ainda terão maior relevância: Python, Node.js e Java.

“Java sempre foi muito utilizada e segue como destaque pela versatilidade. O Node.js é mais ágil e flexível, uma linguagem de desenvolvimento web e que tem bastante procura. A Python se assemelha com o Java pelo seu uso comum, também é positiva por ser simples para aprender o básico e tem bibliotecas próprias. Ela é usada tanto para fazer tratamento de dados, como para rodar algoritmos”, explica o diretor.

Além disso, outras habilidades também serão importantes para formar profissionais digitais, trabalhando diretamente com a área de TI ou não. São elas:

- Pensamento Crítico e Inovação
- Flexibilidade Cognitiva
- Data Driven Mindset
- Storytelling
- User Experience Mindset
- Criatividade e Cultura Digital

Para entender melhor o cenário, EXAME fez um levantamento exclusivo com a Digital House e as consultorias Catho, Talenses, Hays, Revelo, Michael Page, Page Personnel e Stato. Confira os 15 cargos em alta para 2020:

Programador Node.js

O que faz: atua no desenvolvimento de aplicações e programas usando a linguagem Node.js, aplicando boas práticas de engenharia de software para garantir a qualidade e viabilizar a contínua evolução do sistema. Processo comum à área de desenvolvimento, o programador atuará em todas as etapas até ter o produto final, desde as atividades de concepção até a implementação e entrega para os usuários.

Perfil: Profissionais que não têm experiência com Node.js, mas conhecem bem JavaScript podem ter uma transição mais tranquila para começar a atuar com Node. Conhecer métodos ágeis e ter boas noções de desenvolvimento incremental de um produto digital contribuem muito para o sucesso na área. Além disso, como se trata de tecnologia, é essencial estar sempre atualizado com relação à evolução da linguagem e também ao que estão fazendo no mercado.

Por que está em alta: observamos um aumento crescente na utilização de sites e sistemas web por empresas de todos os portes e segmentos, e Node.js vem sendo amplamente utilizado. Logo, a procura por profissionais que entendam bem dessa tecnologia segue o mesmo ritmo de crescimento.

Salário: entre R$ 2 mil e R$ 9 mil

Desenvolvedor Python

O que faz: é responsável por desenvolver sistemas utilizando a linguagem Python, realizando a programação segundo a tecnologia e também buscando melhorias em aplicações atuais.

Perfil: orientação a resultados, analítico, detalhista e autônomo

Por que está em alta: a linguagem Python continua em ascensão com a utilização por companhias como Google e Spotify. A principal razão para a ascensão de seu uso é a facilidade de aprendizado para iniciantes, além de excelentes recursos em sua biblioteca. É uma linguagem bastante predominante em ciência de dados, inteligência artificial e Big Data, conceitos recentes que tornam o profissional ainda mais valorizado no mercado.

Salário: entre R$ 7 mil e R$ 14 mil

Desenvolvedor RPA

O que faz: especialista em automação robótica de processos. Em outras palavras, é o desenvolvedor que atua na estruturação e implementação de soluções de automação com o uso de softwares, mais conhecida como robôs. O foco é substituição de tarefas repetitivas e operacionais por automações, aumentando a eficiência do dia a dia das empresas.

Perfil: O cargo requer habilidades específicas e conhecimento de práticas como mapeamento e documentação de processos, bem como planejamento e desenvolvimento de automações. É imprescindível saber programar e ter boa compreensão do processo de desenvolvimento de software, adotando práticas como implementação de testes automatizados a fim de garantir qualidade. Além de entender de gerenciamento de projetos de automação de fluxo de trabalho, também é essencial ter a capacidade de navegar por soluções distintas de RPA, como o UiPath ou o Automation Anywhere.

Por que está em alta: cada vez mais as empresas estão voltadas para a otimização de operações, buscando redução de custos e, consequentemente, melhores resultados. Com RPA, as organizações podem automatizar os processos de negócios, permitindo que os usuários dediquem mais tempo às outras atividades que demandam, essencialmente, a atenção humana tal como o suporte direto a sua carteira de clientes.

Salário: entre R$ 2 mil e R$ 8 mil

Desenvolvedor Java

O que faz: é responsável por desenvolver sistemas utilizando a linguagem de programação Java, implantando os programas e também realizando testes e análises de melhoria sobre aplicações já desenvolvidas

Perfil: orientação a resultados, analítico, detalhista e autônomo

Por que está em alta: Java ainda é o padrão mais utilizado pelas companhias por sua versatilidade e histórico de utilização, o que proporciona uma comunidade de desenvolvedores bastante engajada.

Salário: entre R$ 5 mil e R$ 12 mil

Desenvolvedor.NET

O que faz: Planeja, codifica, depura e testa sistemas usando a plataforma .NET. Ou seja, profissional participa de todo o ciclo de desenvolvimento, atuando desde as atividades de entendimento do que será desenvolvido, passando pela implementação/depuração/testes de novas funcionalidades, até a manutenção do sistema por meio de pequenas melhorias e/ou resolução de eventuais correções mapeadas junto aos usuários.

Perfil: O mercado busca profissionais voltados ao desenvolvimento de aplicações em .NET, utilizando as melhores práticas de engenharia de software alinhadas a estratégia de evolução de um produto. Ou seja, há uma grande demanda por desenvolvedores que conheçam bem .NET, mas que também tenham foco em entregar o maior valor para o cliente no menor tempo possível, prezando sempre pela qualidade do sistema e pela melhor experiência para o usuário.

Por que está em alta: a necessidade de se contratar pessoas qualificadas aumentou devido ao crescimento de websites e aplicações construídas utilizando a linguagem .NET.

Salário: entre R$ 2 mil e R$ 6 mil

Especialista DevOps

O que faz: Atua bem próximo ao time de desenvolvimento de software, ampliando o conhecimento dos desenvolvedores sobre infraestrutura, disseminando práticas da cultura DevOps e contribuindo para aumentar a velocidade e qualidade nas entregas de valor. Na prática, é o profissional que trabalha trazendo mecanismos para termos mais confiabilidade e qualidade para os sistemas, desde a idealização do produto, passando pela implementação até a entrega para o cliente final.

Perfil: Em essência, deve estar imerso nas atividades de desenvolvimento, pensando em formas de simplificar processos, aumentar eficiência do uso de infraestrutura, alcançar maior qualidade nas entregas e reduzir o tempo de resposta das aplicações para o cliente. Acompanhar indicadores de performance dos sistemas, entender como ampliar os dados capturados e levar essa conscientização para os desenvolvedores também faz parte do trabalho. É necessário ter conhecimento em metodologias de desenvolvimento e deve ter a proatividade para automatizar processos e tarefas. Também é imprescindível que tenha conhecimentos em arquitetura de soluções/sistemas para que, com isso, aplique as melhores práticas na implementação de ambientes.

Por que está em alta: no momento, temos TI cada vez mais atuante junto ao negócio e amplo crescimento do interesse das empresas em otimizar seus processos para alcançar melhores resultados. Corporações de todos os portes estão antenadas às inovações, principalmente no que se refere aos ganhos em eficiência operacional, ao  aumento da qualidade dos serviços e da satisfação dos clientes internos e externos

Salário: entre R$ 3 mil e R$ 13 mil

Cientista de Dados

O que faz: tem como atuação trazer visões decisivas para a empresa, tornando-a mais inteligente, fazendo o tratamento do dados históricos que a empresa possui, ou no caso os dados do seus clientes, que poderão ser decisivas em tomadas de decisões futuras da empresa.

Perfil: profissionais analíticos, com pensamento lógico, habilidade com números, conhecimento em programação, com formação em Computação, Estatística, Matemática, etc.

Por que está em alta: são informações valiosas, que uma vez interpretadas e colocado inteligência nelas, podem levar a performance da empresa para outro patamar, pois dará o foco correto para onde a estratégia da empresa deve se direcionar.

Salário: entre R$ 8 mil e R$ 20 mil

Product Owner

O que faz: principal responsável por organizar a lista de atividades e os sprints que vão constituir as etapas de desenvolvimento, implementação, e lançamento de recursos em produtos.

Perfil: além de técnicas de desenvolvimento para implementar no produto, deve também dominar técnicas e modelos de gerenciamento, garantindo que os esforços sejam direcionados de modo que contribuam efetivamente com o processo de melhoria do projeto.

Salário: em média, 7.228 reais

Especialista em UX (User Experience)

O que faz: a função deste profissional é definir a melhor combinação de elementos visuais para melhorar a interação do usuário com um produto ou serviço.

Perfil: desenvolve novos produtos pensando na demanda de mercado, avalia e mensura experiência do consumidor, navegação do usuário, entre outros.

Por que está em alta: com o crescimento digital é muito fácil obter qualquer informação ou experiência de outro usuário a respeito de produtos ou empresas, o consumidor tem sido cada vez mais exigente e focado na boa experiência.

Salário: Entre R$ 5 mil  e R$ 12 mil

Engenheiro de software

O que faz: desenvolvimento e arquitetura de software, web e mobile.

Perfil: desenvolvimento de aplicações Web (Backend ou Frontend) e móvel (Android ou IOS), por meio de diversos tipos de linguagem de programação, frameworks e banco de dados. Em muitas posições são os responsáveis também pelo desenho da arquitetura e da definição das tecnologias a serem utilizadas.

Por que está alta: o mercado está passando por um aquecimento dessas posições devido aos projetos de transformação digital em diversos setores e também pelo crescimento das startups.

Salário: entre R$ 8 mil a R$ 18 mil

Especialista em Segurança da Informação

O que faz: profissional da área de segurança da informação é responsável pela integridade de informações sensíveis ao negócio, assegurando também a confidencialidade de informações sensíveis à organização. Possui papel importantíssimo na continuidade do negócio em colaborar para disponibilidade e autenticidade das informações em Sistemas e Infraestrutura.

Perfil: Visão Sistêmica, comunicação estruturada, perfil relacional, visão propositiva, conciliador

Por que está em alta: Garantir a segurança dos dados é um dos principais desafios das corporações em um ambiente Digital. A chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) traz uma evidência adicional à área, tornando os profissionais que unem a visão técnica à um olhar holístico do negócio e da governança dos dados cada vez mais valorizados e requisitados pelo mercado·

Salário: entre R$ 15 mil e R$ 20 mil

Gerente de TI

O que faz: Abaixo do CTO (diretor de tecnologia) está o gerente de TI, que, em parceria com ele, conduz os projetos, organizando e revisando processos junto às equipes de trabalho. É tarefa dele ainda identificar oportunidades de aplicação de novas tecnologias no dia-a-dia da operação.

Perfil: Sólido conhecimento nas subáreas de Tecnologia. Com certificações como PMP, PMBOK, ITIL, perfis com conhecimentos em metodologias ágeis são muito bem requisitados, o inglês aqui também é interessante para o cargo.

Salário: Entre R$ 15 mil e R$ 30 mil

Por que está em alta: A era da globalização digital exige mais do que nunca profissionais de TI

DPO (Data Protection Officer)

O que faz: com a nova Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor em agosto de 2020, o DPO será o profissional encarregado de administrar e avaliar todos os dados da empresa, desde a coleta até o tratamento das informações. Também possuirá um papel de interlocutor com o órgão regulatório de fiscalização de dados.

Perfil: importante que o profissional tenha visão interdisciplinar, englobando governança de tecnologia, segurança da informação e cibersegurança, além de entender sobre a nova legislação que entrará em vigor. Importante que seja um bom comunicador para se relacionar com autoridades e profissionais de dados.

Por que está em alta: o cargo de DPO é extremamente novo e o mercado está ainda em processo de maturação quanto à posição, demandando muitos profissionais nesse momento.

Salário: entre R$ 20 mil e R$ 30 mil

CDO (Chief Digital Officer)

O que faz: executivo responsável por liderar a transformação digital das empresas.

Perfil: precisa ser um profissional híbrido, acostumado com as rotinas de tecnologia e com o universo digital. Ter capacidade de se envolver em múltiplas tarefas na empresa, como tomadas de decisões por meio de dados, transformação de processos e de conhecimento, habilidade para se relacionar com os principais stakeholders de diversas áreas, como produção, vendas e marketing, além de tecnologia da informação; e conseguir lidar com a cultura organizacional da empresa, principalmente com a transformação de pessoas e não só da TI, dentro do contexto de transformação digital.

Por que está em alta: o trabalho do CDO permite que tecnologias como big data, internet das coisas, mobilidade e inteligência artificial e metodologias e conceitos como design thinking, design sprint, Scrum, DevOps e MVP sejam adotados para melhorar o desempenho e eficiência da companhia, alcançado e garantindo resultados melhores numa maior velocidade.

Salário: entre R$ 30 mil a R$ 45 mil

CTO (Chief Tecnhology Officer)

O que faz: Na tradução, é o diretor de tecnologia, responsável por toda a operação da empresa voltada para a área técnica, garantindo que o departamento de TI tenha desempenho satisfatório. Esta função envolve decisões relevantes sobre quais soluções adotar visando a melhor relação custo-benefício.

Perfil: antenado, com atuação forte nas subáreas de TI. Perfis com atuação em Transformação Digital e Indústria 4.0 tem a preferência dos recrutadores. Entende-se que o inglês é requisito quase obrigatório.

Por que está em alta: A era da globalização digital exige mais do que nunca profissionais de TI.

Salário: entre R$ 30 mil e R$ 40 mil

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