Escola precisa se atualizar para engajar alunos, diz pesquisadora
Para Monica Weinstein, currículos atuais foram pensados antes da revolução tecnológica
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2021 às 15h28.
Última atualização em 4 de junho de 2021 às 06h58.
Por Bússola
Precisamos aprender a olhar a escola e a aprendizagem como entidades distintas. Enquanto a escola oferece experiências e conhecimentos, a aprendizagem permite que o aluno desenvolva a cognição para poder tomar boas decisões. O desafio é que para aprender é necessário engajar o estudante, e nem sempre a escola consegue engajá-lo.
Esses foram os pontos levantados por Monica Weinstein, pesquisadora em educação e conselheira do Instituto Alicerce, durante o Feira de Carreiras, evento online promovido pelo projeto Engaja, com organização de Unicef, CIEDS e Saint-Gobain, no último dia 28 de maio.
Segundo ela, os currículos escolares foram planejados a partir da premissa de que a escola é um lugar para passar a informação, um formato pensado muito antes da revolução tecnológica dos últimos anos.
“A escola não se atualizou e parou para entender questões como: que informações quero buscar? Para quê quero essas informações? O que farei com elas? O que quero desenvolver a partir delas? Não pensar em questões como essas irá influenciar na escola, na comunidade e principalmente no mundo do trabalho. É preciso fazer parte da vida do aluno, entender suas características e o que ele precisa desenvolver”, afirma.
Outro ponto importante, para Weinstein, é a falta de engajamento dos alunos. O segredo da educação bem sucedida é o engajamento do aluno, e isso não é algo que pode ser desenvolvido apenas sob a perspectiva do interesse ou da experiência. É essencial que esteja ao alcance do entendimento, da cognição.
“Nós nos engajamos quando a experiência faz sentido para nós – sentido inclusive do ponto de vista da cognição. Se o conteúdo for difícil demais, o aluno não vai se engajar porque não compreende o que lhe está sendo ensinado; e se aquilo que ensinamos for fácil demais, ele também não se engajará por falta de interesse. É um equilíbrio delicado”.
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