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Covid: variante BA.2 lança alerta na Europa, mas não preocupa o Brasil

Combinação da vacina com máscara poderia ser suficiente para frear um avanço mais forte da nova cepa por aqui

Neste domingo, a média móvel de novos casos registrados atingiu 30.276, o menor patamar desde 8 de janeiro (Yuichiro Chino/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 28 de março de 2022 às 18h13.

Última atualização em 28 de março de 2022 às 18h51.

Por Marcelo Tokarski*

Independentemente da polêmica técnica de se ainda estamos ou não em uma pandemia, a verdade é que a terceira onda de covid-19 perdeu de vez sua força no Brasil. Vários dados comprovam esse momento. Vivemos hoje um quadro de queda no número de casos, de internações e, melhor ainda, de mortes.

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Neste domingo, a média móvel de novos casos registrados atingiu 30.276, o menor patamar desde 8 de janeiro. Nas duas últimas semanas, a média móvel caiu 34%. O patamar atual é mais de seis vezes menor do que o recorde de 189.526 casos registrados por dia no início de fevereiro.

Com menos casos, a procura por hospitais também caiu drasticamente. De acordo com o último boletim da Fiocruz, no final da semana passada, todas as 27 unidades da Federação (UF) chegaram ao nível baixo de alerta de ocupação de UTIs para covid-19. É a primeira vez que isso acontece em 20 meses. Todos os estados e o Distrito Federal têm hoje menos de 60% de ocupação. O maior percentual (59%) é do Rio Grande do Norte.

Se casos e internações diminuem, a consequência positiva é a queda no número de mortes causadas pela covid-19. Também neste domingo, a média móvel de mortes atingiu 239 óbitos por dia, menor patamar desde 20 de janeiro. Na comparação com duas semanas atrás, a queda é de 43%.

BA.2

Apesar das boas notícias, o comportamento da nova variante BA.2 na Europa traz algum nível de alerta para o Brasil. De acordo com dados do site de monitoramento CoVariants.org, a nova cepa já responde pela maioria dos casos registrados em vários países europeus, entre eles Reino Unido (82%), França (55%), Itália (55%) e Alemanha (54%).

Mas o mais preocupante é que esses aumentos provocados pela BA.2 se deram depois da ampla flexibilização em medidas restritivas, principalmente em relação ao uso de máscaras em locais fechados. Todos os países que desobrigaram o uso viram novamente o crescimento da contaminação.

Por que no Brasil seria diferente? Até aqui, sempre com alguma defasagem, o Brasil sempre seguiu as tendências de contaminação verificadas na Europa. Então, é de se esperar algum repique no contágio por aqui. A grande diferença a nosso favor é a proteção vacinal, que por aqui é maior do que em muitos países do velho continente.

Três de cada quatro brasileiros estão imunizados com pelo menos duas doses de alguma vacina. A dose de reforço já foi aplicada em 35% da população brasileira. Já entre a população vacinável, ou seja, com cinco anos ou mais, atingimos o excelente patamar de 80% de imunizados — há ainda outros 8% que já receberam a primeira dose e aguardam o tempo para tomar a D2. Na população acima de 18 anos, público-alvo da D3, a dose de reforço já foi aplicada em 47% das pessoas.

O que precisaremos ver é justamente o balanço entre a nova variante e suas interações com as vacinas aplicadas por aqui. Alguns estudos ainda não validados indicam um bom grau de proteção contra a BA.2. Mas, enquanto não se tem certeza sobre essa imunidade contra as novas cepas, o ideal mesmo seria continuar usando máscaras, principalmente em locais fechados. A combinação da vacina mais máscara poderia ser suficiente para frear um avanço mais forte da nova cepa por aqui. A conferir.

*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

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