Violência no Rio: alta cúpula do governo se reúne com Lula para discutir novas medidas na capital
Na última terça-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo debatia internamente a possibilidade de utilização das Forças Armadas para apoiar as operações no Rio
Agência de notícias
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 15h51.
Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 16h14.
Nos últimos dias, o Rio de Janeiro tem vivido momentos de terror com a queima de pelo menos 35 ônibus em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, durante confronto com policiais civis numa favela em Santa Cruz, na zona oeste da cidade.
"Era muito fácil ficar vendo aquelas cenas que ontem apareciam na televisão e anteontem, que até pareciam a própria Faixa de Gaza de tanto fogo e tanta fumaça, e dizer: ‘É um problema do Rio de Janeiro, é um problema do prefeito Eduardo Paes, um problema do governador.’ Não. É um problema do Brasil. É um problema nosso que temos de tentar encontrar a solução", disse o presidente Lula nesta quarta-feira, durante a 1ª Reunião Plenária do Conselho da Federação.
Rio de Janeiro parece 'estar em guerra'
Lula comparou nesta quarta-feira, 25, a situação vivenciada no Rio de Janeiro nos últimos dias a imagens vistas na Faixa de Gaza. Lula afirmou que o que está ocorrendo na cidade é um problema do Brasil e que o governo federal tentará encontrar uma solução.
Nesta quarta-feira, a alta cúpula do governo se reúne para discutir novas medidas para responder à crise no Rio de Janeiro, um dos temas principais será a incorporação das Forças Armadas no auxílio às forças de segurança que atuam na cidade. Participam da reunião o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; o ministro da Defesa, José Múcio; e os comandantes das Forças Armadas.
Na última terça-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo debatia internamente a possibilidade de utilização das Forças Armadas para apoiar as operações no Rio de Janeiro.
"Nós não podemos e não vamos substituir o papel do governo do Estado do Rio de Janeiro, em respeito à Constituição, à autonomia federativa. Mas nós estamos apoiando e a diretriz do presidente Lula é aumentar esse apoio quem sabe até uma decisão nos próximos dias com a participação das Forças Armadas para nos ajudar nesse trabalho completar aquilo que as forças policiais do Estado do Rio vêm fazendo", disse o ministro.
O governo federal tem descartado, no entanto, a possibilidade de uma intervenção federal. De acordo com Dino, não há embasamento para que a medida seja utilizada.
"Não é uma decisão que o presidente possa tomar a qualquer momento porque deseja. É preciso que se caracterize aquela situação de completa anomia, completa ausência de governo, coisa que ainda não está configurada. Hoje realmente não há esse estudo, não há esse debate. E eu afirmo que até não teria base Constitucional ou legal para fazer uma intervenção federal", disse.