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Violência no Iraque não afeta petróleo a curto prazo

Agência Internacional de Energia (AIE) considerou que o conflito contribui para o aumento do preço do petróleo bruto

Funcionário da refinaria de Tawke, em Zakho, 400 km ao norte de Bagdá, em 18 de maio de 2009 (AFP/Arquivos)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2014 às 17h27.

A Agência Internacional de Energia (AIE) descarta uma possível influência da escalada de violência no Iraque na produção de petróleo do país a curto prazo, mas considerou que o conflito contribui para o aumento do preço do petróleo bruto.

Combatentes jihadistas do Estado islâmico no Iraque e no Levante (EIIL, sunitas) conquistaram amplos territórios no norte do país e a segunda maior cidade iraquiana, Mossul, em uma ofensiva iniciada no início da semana. No momento, eles já estão bem próximos de Bagdá , sem encontrar muita resistência.

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"Por mais preocupantes que possam ser os recentes acontecimentos no Iraque, é possível que afetem pouco a produção de petróleo iraquiana no curto prazo", ressaltou nesta sexta-feira a AIE em seu relatório mensal de junho.

A produção iraquiana atingiu seu maior nível em 30 anos graças ao sul do país, de onde saem todas as exportações de petróleo bruto, devido à violência na província de Al-Anbar e ao ataque de março dos insurgentes contra o oleoduto que liga a província de Kirkuk ao porto turco de Ceyhan, indica o braço energético da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os temores de que a oferta deste grande produtor seja abalada levaram a uma alta dos preços nesta sexta-feira. Antes do fechamento, os barris de Brent e de "light sweet crude" (WTI) alcançaram seus níveis mais altos desde 18 de setembro do ano passado.

"Cerca de 60% do aumento da capacidade de produção de petróleo bruto da Opep virá do Iraque no restante da década", ressalta a AIE, que cita uma previsão do cartel de 12 países petroleiros. "Mas os obstáculos políticos são tão grandes como o potencial de produção do Iraque", reconhece.

O Iraque produziu 3,37 milhões de barris diários (mbd) em maio, contra 3,32 no mês anterior, de acordo com a AIE. O país é o segundo produtor da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), atrás da Arábia Saudita e à frente de Irã e Kuwait.

Recuo da Opep

Os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas condenaram na quinta-feira os atos terroristas cometidos no Iraque.

O governo iraquiano anunciou nesta sexta um novo plano de segurança para proteger Bagdá, e os Estados Unidos anunciaram que não descartam ataques aéreos com aviões não tripulados (drones), dois anos e meio depois da retirada das tropas do país.

A produção mundial de petróleo subiu 530 mil barris diários para chegar aos 92,6 mbd em maio, em relação ao mês anterior. Desse total, 440 mil barris diários são produzidos por países que não fazem parte da Opep, como os Estados Unidos, segundo a AIE.

Em um ano, a produção cresceu 1 mbd, mas os países produtores de fora da Opep compensaram o recuo dos produtores do cartel, que garante cerca de um terço do petróleo mundial.

Para o conjunto de 2014, a Opep optou na quarta-feira, em uma reunião em Viena, por manter o nível coletivo de produção em 30 mbd.

Ao mesmo tempo, espera-se que a demanda mundial de petróleo atinja o recorde de 92,8 mbd neste ano, 1,32 mbd a mais do que em 2013, de acordo com uma previsão confirmada na sexta-feira pela AIE.

A demanda mundial vai aumentar fortemente, passando dos 91,4 mbd no primeiro trimestre de 2014 aos 94 mbd no quarto, explica a agência.

A AIE, com sede em Paris, também destaca o aumento das importações de petróleo na China em abril e maio, provavelmente para alimentar as reservas estratégicas.

A organização que reúne os principais países produtores prevê um aumento da demanda em 2014, com 1,14 mbd a mais, graças ao crescimento dos países emergentes, considerando que o consumo dos sócios da OCDE pode cair.

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