Venezuela 'trabalha' por financiamento da refinaria Abreu e Lima
Presidente da Petróleos da Venezuela, Rafael Ramírez, disse que o país não desistiu do empreendimento com a Petrobras no nordeste brasileiro
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2010 às 07h55.
Caracas - A estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) "está trabalhando" para obter o financiamento de que necessita do BNDES para pagar 40% da refinaria que construirá e explorará em conjunto com a Petrobras, disse esta terça-feira o ministro venezuelano de Energia e Petróleo.
"Ratificamos nossa participação na (refinaria) Abreu e Lima (no nordeste do Brasil) e estamos trabalhando no tema do financiamento", disse a jornalistas o ministro Rafael Ramírez, que também é presidente da PDVSA.
A participação da estatal venezuelana neste projeto foi posto em dúvida no Brasil há alguns meses, quando fontes próximas às negociações asseguraram que a PDVSA demorou em apresentar garantias ao banco de fomento brasileiro para que este aprovasse o financiamento de seu aporte para a construção da refinaria.
Ramírez respondeu a estes boatos, e negou que o BNDES tenha negado o financiamento à PDVSA, assegurando que a empresa "está trabalhando" para cumprir as "condições" exigidas pelo banco brasileiro.
No acordo entre a PDVSA e a Petrobras, a Venezuela deveria fornecer 40% do montante do investimento previsto para o projeto da refinaria, no estado de Pernambuco, cujo custo é estimado em US$ 4 bilhões, enquanto a estatal brasileira se encarregaria dos 60% restantes.
A negociação estabelecia, ainda, que o volume total para o projeto fosse concedido em empréstimo pelo BNDES.
Os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e venezuelano, Hugo Chávez, assinaram em 2009, a sociedade como acionistas para a construção da Refinaria Abreu e Lima, após árduas negociações iniciadas, em dezembro de 2007.
A refinaria, próxima da cidade brasileira de Recife (capital de Pernambuco), permitirá o processamento de 200.000 barris de petróleo por dia, segundo números oficiais.
A Abreu e Lima já tinha começado sua fase inicial de construção, já que a Petrobras decidiu iniciar as obras sem esperar o acordo com a PDVSA, pois as operações estavam originalmente previstas para o fim de 2011.