Tráfico domina rua a quatro quadras da avenida Paulista
Região tem comércio durante o dia de maconha, cocaína, ecstasy e LSD
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2014 às 09h44.
São Paulo - No meio do trânsito parado da Rua Peixoto Gomide, traficantes circulam entre os carros com as mãos carregadas de pinos de cocaína .
Na calçada, quem passa é abordado por vendedores que oferecem maconha, comprimidos de ecstasy, cartelas coloridas de LSD e gotas de GHB - anestésico também usado como estimulante sexual.
O comércio é feito em voz alta e, para atrair turistas, eles arriscam até palavras em inglês.
A "feira livre" de drogas, a quatro quarteirões da Avenida Paulista , na quadra entre as Ruas Augusta e Frei Caneca, ocorre onde fica o principal ponto de encontro de adolescentes e jovens que não podem entrar nas casas noturnas para maiores de idade.
Ela se repete desde o fim do ano passado, principalmente às sextas-feiras e sábados, em um trecho de 100 metros da Rua Peixoto Gomide, em Cerqueira César, área nobre da capital paulista. D
urante duas noites (nos dias 8 e 9 deste mês), o jornal Estadão acompanhou a movimentação dos criminosos e flagrou a venda e o consumo de drogas no local.
Enquanto os traficantes oferecem as drogas em um vaivém que começa às 22h e termina só na manhã do dia seguinte, adolescentes consomem cocaína sentados na calçada, tomando catuaba e vodca vendidos para menores de idade, por R$ 12,99, em um mercadinho mantido por uma família chinesa.
Na alta madrugada, quem não tem dinheiro vivo para comprar cocaína e ecstasy pode pagar com cartão de débito ou crédito na conveniência de um posto.
"Cocaína, balinha (ecstasy), doce (LSD), lança-perfume, GHB em gotas, iPhone 5S desbloqueado", gritam vários jovens ao mesmo tempo. Os traficantes têm como clientela cativa três públicos: menores de idade que bebem nas ruas, o público GLS de boates da região e turistas estrangeiros.
O pino de cocaína custa R$ 20 e a cartela com 20 ácidos (LSD), R$ 200.
Assim como ambulantes que tentam vender seus produtos em pontos turísticos do Brasil, os traficantes param qualquer pedestre sem cerimônia, seja ele um menor de idade ou um adulto com mais de 50 anos. Não há restrições.
"Olha o pino, três por quatro só agora hein, cheinho até a boca", grita um dos jovens que vendem droga. Ele também carrega um tubo de adoçante com GHB. "Me dá R$ 30 e eu coloco cinco gotonas servidas na sua boca já", oferece um traficante à reportagem do Estadão.
Movimento. Sob um calor de 31ºC, alguns traficantes usam casacos e moletons para guardar as drogas nos bolsos. A falta de iluminação em alguns postes da rua ajuda o trabalho de negociação com os clientes.
Alguns jovens que trabalham para os grupos parados na Rua Peixoto Gomide saem pela Rua Augusta com caixa de balas e chicletes, mas oferecem ácido e ecstasy escondidos sob doces.
Quando acaba a droga, eles voltam para a Peixoto Gomide para repor os pinos de cocaína e cartelas de ácido.
As drogas são vendidas e consumidas ali mesmo no quarteirão da Rua Peixoto Gomide, transformado em território livre. Grupos de adolescentes sentam na calçada do outro lado da rua, onde não estão os traficantes, e cheiram cocaína tranquilamente.
Segundo relato de usuários à reportagem, porém, a maior parte das drogas vendidas é de baixíssima qualidade.
Nenhum policial militar coibiu a venda ou revistou traficantes nas madrugadas em que o Estado acompanhou a movimentação. Na duas noites, passaram pelo quarteirão 12 carros da Polícia Militar - três deles da Força Tática.
A PM informou, por meio de nota, que faz policiamento ostensivo na área. Segundo a corporação, foram detidas 390 pessoas em flagrante e apreendidos 8,3 kg de drogas e 13 armas de fogo no ano passado.
Também por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que ações conjuntas da PM, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana foram realizadas na área neste mês, "com intuito de coibir não apenas o tráfico, mas também o ativo comércio ambulante clandestino de bebidas alcoólicas". Três menores foram apreendidos.
São Paulo - No meio do trânsito parado da Rua Peixoto Gomide, traficantes circulam entre os carros com as mãos carregadas de pinos de cocaína .
Na calçada, quem passa é abordado por vendedores que oferecem maconha, comprimidos de ecstasy, cartelas coloridas de LSD e gotas de GHB - anestésico também usado como estimulante sexual.
O comércio é feito em voz alta e, para atrair turistas, eles arriscam até palavras em inglês.
A "feira livre" de drogas, a quatro quarteirões da Avenida Paulista , na quadra entre as Ruas Augusta e Frei Caneca, ocorre onde fica o principal ponto de encontro de adolescentes e jovens que não podem entrar nas casas noturnas para maiores de idade.
Ela se repete desde o fim do ano passado, principalmente às sextas-feiras e sábados, em um trecho de 100 metros da Rua Peixoto Gomide, em Cerqueira César, área nobre da capital paulista. D
urante duas noites (nos dias 8 e 9 deste mês), o jornal Estadão acompanhou a movimentação dos criminosos e flagrou a venda e o consumo de drogas no local.
Enquanto os traficantes oferecem as drogas em um vaivém que começa às 22h e termina só na manhã do dia seguinte, adolescentes consomem cocaína sentados na calçada, tomando catuaba e vodca vendidos para menores de idade, por R$ 12,99, em um mercadinho mantido por uma família chinesa.
Na alta madrugada, quem não tem dinheiro vivo para comprar cocaína e ecstasy pode pagar com cartão de débito ou crédito na conveniência de um posto.
"Cocaína, balinha (ecstasy), doce (LSD), lança-perfume, GHB em gotas, iPhone 5S desbloqueado", gritam vários jovens ao mesmo tempo. Os traficantes têm como clientela cativa três públicos: menores de idade que bebem nas ruas, o público GLS de boates da região e turistas estrangeiros.
O pino de cocaína custa R$ 20 e a cartela com 20 ácidos (LSD), R$ 200.
Assim como ambulantes que tentam vender seus produtos em pontos turísticos do Brasil, os traficantes param qualquer pedestre sem cerimônia, seja ele um menor de idade ou um adulto com mais de 50 anos. Não há restrições.
"Olha o pino, três por quatro só agora hein, cheinho até a boca", grita um dos jovens que vendem droga. Ele também carrega um tubo de adoçante com GHB. "Me dá R$ 30 e eu coloco cinco gotonas servidas na sua boca já", oferece um traficante à reportagem do Estadão.
Movimento. Sob um calor de 31ºC, alguns traficantes usam casacos e moletons para guardar as drogas nos bolsos. A falta de iluminação em alguns postes da rua ajuda o trabalho de negociação com os clientes.
Alguns jovens que trabalham para os grupos parados na Rua Peixoto Gomide saem pela Rua Augusta com caixa de balas e chicletes, mas oferecem ácido e ecstasy escondidos sob doces.
Quando acaba a droga, eles voltam para a Peixoto Gomide para repor os pinos de cocaína e cartelas de ácido.
As drogas são vendidas e consumidas ali mesmo no quarteirão da Rua Peixoto Gomide, transformado em território livre. Grupos de adolescentes sentam na calçada do outro lado da rua, onde não estão os traficantes, e cheiram cocaína tranquilamente.
Segundo relato de usuários à reportagem, porém, a maior parte das drogas vendidas é de baixíssima qualidade.
Nenhum policial militar coibiu a venda ou revistou traficantes nas madrugadas em que o Estado acompanhou a movimentação. Na duas noites, passaram pelo quarteirão 12 carros da Polícia Militar - três deles da Força Tática.
A PM informou, por meio de nota, que faz policiamento ostensivo na área. Segundo a corporação, foram detidas 390 pessoas em flagrante e apreendidos 8,3 kg de drogas e 13 armas de fogo no ano passado.
Também por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que ações conjuntas da PM, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana foram realizadas na área neste mês, "com intuito de coibir não apenas o tráfico, mas também o ativo comércio ambulante clandestino de bebidas alcoólicas". Três menores foram apreendidos.