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Toffoli suspende julgamento de regra que obriga bancos a fornecer dados de clientes aos Estados

Para o Consif, a norma viola a garantia constitucional do sigilo bancário

Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) (Sergio Lima/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 13 de maio de 2024 às 16h08.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), pediu vista no julgamento que vai decidir se os bancos são obrigados a fornecer dados de clientes aos Estados ou se essa regra viola o sigilo bancário. Ele tem até 90 dias para devolver o caso para análise dos ministros. Até a suspensão, na última sexta-feira, 10, o placar estava em 4 a 2 para manter a regra atual.

O julgamento discute a constitucionalidade de um convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que obriga instituições financeiras a fornecer dados de clientes (pessoas físicas e jurídicas) aos Estados nas operações de recolhimento do ICMS por meios eletrônicos.

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Para a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif), que ajuizou a ação, a norma viola a garantia constitucional do sigilo bancário. "É razoável estabelecer que essa obrigação se impõe a pessoas físicas e jurídicas, mesmo que não inscritas no cadastro de ICMS?", questionou o advogado da Consif, Fábio Quintas, em manifestação enviada à Corte.

Por outro lado, os fiscos estaduais argumentam que o compartilhamento de dados é necessário para que o Estado possa cumprir seu dever de fiscalização e arrecadação.

A relatora, Cármen Lúcia, votou para negar a ação do Consif. Para ela, não há quebra de sigilo porque a administração tributária dos Estados e do Distrito Federal tem o dever de proteger os dados das pessoas físicas e jurídicas e utilizá-los "de forma exclusiva para o exercício de suas competências fiscais". Ela foi seguida pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Flávio Dino.

O ministro Gilmar Mendes abriu a divergência e foi seguido pelo ministro Cristiano Zanin.

Para ele, a regra do Confaz viola o sigilo bancário porque não há como assegurar o equilíbrio entre o poder de vigilância do Estado e os mecanismos de proteção da intimidade. "Não se trata apenas de autorizar o Fisco a conhecer as operações financeiras dos contribuintes, mas de permitir que possa lançar mão desses dados para promover cruzamentos, averiguações e conferências com outros de que já dispõe e, ao fim, exigir os tributos que eventualmente tenham sido pagos a menor, se for o caso", afirmou em seu voto.

Ele sugeriu, contudo, uma modulação de efeitos para que a decisão tenha

eficácia apenas a partir da publicação da ata deste julgamento. Argumentou que a mudança na norma provocaria insegurança jurídica e impacto financeiro para os Estados.

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