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Temer cancela jantar com base aliada por falta de adesão

Durante todo o dia de domingo, o presidente recebeu ministros para discutir os rumos da crise política no governo após divulgação da delação da JBS

Temer: "não tem jantar, nem solenidade. Quem estiver aqui em Brasília, vai passar pelo Palácio da Alvorada para conversar", disseram auxiliares do presidente (Paulo Whitaker/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2017 às 18h45.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 06h29.

Brasília - O presidente Michel Temer decidiu cancelar o jantar que estava programado para ser realizado no Palácio da Alvorada na noite deste domingo, 21, por causa do risco de baixa adesão de parlamentares da base.

Pela manhã, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), encaminhou um convite, em nome de Temer, para um jantar com ministros e líderes dos partidos da base aliada no Senado e na Câmara numa tentativa de demonstrar apoio ao governo após o agravamento da crise política com a delação de executivos da JBS.

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Ao longo da tarde, líderes começaram a avisar que não haveria o evento. "O jantar foi cancelado. Muitos não conseguiram voo. Teremos uma reunião com quem estiver aqui", informou o líder do PMDB Baleia Rossi (SP). O Planalto deve fazer uma nova tentativa de reunir a base num jantar nesta segunda-feira, 22.

Alguns parlamentares tentavam voltar a Brasília, mas tiveram dificuldade. Foi o caso do líder da maioria da Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), que ficou parado no aeroporto de Vitória por causa da chuva.

Auxiliares do presidente minimizaram a mudança da agenda. "Não tem jantar, nem solenidade. Quem estiver aqui em Brasília, vai passar pelo Palácio da Alvorada para conversar. Não tem nada programado. E, no domingo, sabemos que tem muito pouca gente na cidade", afirmou à reportagem o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O ministro disse ainda que estava ligando para as lideranças dos partidos da base ao longo do dia e chamou o encontro de "reunião informal".

Durante todo o dia de domingo, Temer recebeu ministros, auxiliares e parlamentares no Alvorada. A agenda começou logo cedo, ainda no Palácio do Jaburu, onde o peemedebista recebeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco (Secretaria-Geral de Governo).

O jantar estava sendo visto como uma "reunião de coordenação". Até o momento, o presidente tem conseguido conter uma debandada na base aliada. O PSB decidiu neste sábado pedir a renúncia de Temer e convocações de eleições diretas, mas o único ministro do partido, Fernando Filho, de Minas e Energia, foi ao encontro do presidente no Alvorada neste sábado acompanhado do pai, o senador Fernando Bezerra Coelho. O PPS voltou atrás do rompimento, apesar do pedido de demissão do ministro da Cultura, Roberto Freire.

Os dirigentes e líderes partidários do PSDB e DEM cancelaram a reunião que estava agendada para este domingo, em Brasília, para discutir o apoio ao governo Temer. Segundo a Coluna do Estadão, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), telefonou para o presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

Eles acertaram o cancelamento para evitar especulações de que estariam discutindo desembarcar juntos do governo Temer.

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