Exame Logo

Surto de toxoplasmose em Santa Maria (RS) tem origem na água, diz ministro

Os primeiros casos começaram a ser notados por médicos em fevereiro, mas somente em abril o sinal de alerta foi dado para autoridades sanitárias

A água sempre foi apontada como a principal suspeita de fonte de infecção, já que os casos ocorreram em várias partes da cidade de forma simultânea (iSotck/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de junho de 2018 às 12h47.

Brasília - O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou nesta quinta-feira, 21, em entrevista a Rádio Gaúcha que o surto de toxoplasmose na cidade de Santa Maria (RS) tem origem na água. As declarações foram dadas três dias depois de uma equipe da pasta deixar a cidade com dados coletados em mais de dois meses de investigação.

As informações, no entanto, pegaram autoridades locais de surpresa. A secretária de Saúde de Santa Maria, Liliane Mello Duarte, afirmou que em nenhum momento foi avisada da conclusão. "Duas reuniões foram feitas nesta semana. Uma delas ontem (quarta, 21), com representantes também da secretaria estadual de saúde. Nada nos foi informado. Nenhum laudo de amostras de água coletada, nenhuma conclusão ", disse.

Veja também

"Somos os principais interessados. É a mesma coisa de ver uma criança prestes a cometer algo que vá colocá-la em risco e, em vez de avisar o cuidador, avisar outra pessoa", comparou. A secretaria afirmou ainda que medidas de prevenção na cidade não serão alteradas.

O surto em Santa Maria de toxoplasmose, uma doença provocada por um protozoário, é o maior já registrado no País. Até o momento, foram confirmados 569 casos em laboratório, dos quais 50 em gestantes e sete em bebês que contraíram a infecção ainda no útero materno. Também foram confirmados dois abortos e três óbitos fetais (com mais de 20 semanas de gestação). Estão ainda em investigação 312 registros. Entre eles, 145 em gestantes, 17 bebês com suspeita de toxoplasmose congênita e um aborto.

Os primeiros casos começaram a ser notados por médicos em fevereiro, mas somente em abril o sinal de alerta foi dado para autoridades sanitárias. Desde então, uma força-tarefa foi montada para identificar o que levou a explosão do número de casos. A água sempre foi apontada como a principal suspeita de fonte de infecção. Isso porque casos ocorreram em várias partes da cidade, de forma simultânea.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira, o Ministério da Saúde foi mais cauteloso. No texto, a pasta afirma que a água é a "possível fonte de infecção ", uma vez que já teriam sido descartadas outras origens, como carne e frutas. "Outros fatores permanecem em análise", escreveu.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaDoençasRio Grande do SulSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame