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STF torna Moro réu por declaração sobre Gilmar Mendes

Decisão da Primeira Turma foi unânime; advogado de Moro afirmou que ‘brincadeira’ não pode ‘gerar pedido de prisão’

Senador Sergio Moro (União-PR) (Lula Marques/Agência Brasil)

Senador Sergio Moro (União-PR) (Lula Marques/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 4 de junho de 2024 às 15h49.

Última atualização em 4 de junho de 2024 às 15h55.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta terça-feira, por unanimidade, uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por calúnia, devido a uma fala contra o ministro Gilmar Mendes, do STF.

A denúncia ocorreu devido a um vídeo no qual Moro aparece rindo e fala em "comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".

A relatora, ministra Cármen Lúcia, considerou que há elementos suficientes para receber a denúncia e votou para tornar Moro réu. Ela foi acompanhada pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.

No início do julgamento, o advogado do senador, Luis Felipe Cunha, reconheceu que a declaração de Moro foi "infeliz", mas disse que ela ocorreu em um "ambiente jocoso", de uma festa junina.

"Meu cliente fez uma brincadeira falando sobre a eventual compra da liberdade ele caso ele fosse preso naquela circunstância de uma brincadeira de festa junina, Em nenhum momento ele acusou o ministro Gilmar Mendes de vender sentença. O que não pode haver é análise de uma brincadeira gerar um pedido de prisão", declarou Cunha.

No vídeo que motivou a denúncia, que tem menos de 10 segundos, Moro aparece dizendo:

"Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", diz.

A denúncia foi apresentada pela então vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, na gestão de Augusto Aras na PGR. Araújo afirmou que Moro cometeu crime de calúnia contra o ministro do STF ao sugerir que Gilmar pratica corrupção passiva. Por isso, pediu a perda do mandato do senador caso a condenação passe de quatro anos de prisão.

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