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Secretária de Doria diz não desistir dos usuários da Cracolândia

Eloisa Arruda foi secretária de Justiça do governo Alckmin entre 2011 e 2014 e se aposentou neste ano como procuradora de Justiça

Cracolândia: "Não consigo enxergar situação mais violadora do que a agressão feita contra os dependentes químicos pelos traficantes" (Rovena Rosa/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de maio de 2017 às 21h59.

Cinco anos depois, Eloisa Arruda volta a ocupar um cargo de secretária, agora na Prefeitura da capital, para tentar resolver justamente um velho problema que, na prática, nunca deixou de existir nesse período: a Cracolândia .

Ela foi empossada nesta quarta-feira, 31, secretária de Direitos Humanos pelo prefeito João Doria (PSDB), na vaga da vereadora tucana Patricia Bezerra, que pediu demissão após a última operação policial, há dez dias, que prendeu traficantes e dispersou dependentes químicos.

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"Fiz essa afirmação (em 2012) dentro de um contexto onde nós afirmávamos que não iríamos desistir dos dependentes químicos, onde nós afirmávamos que deixar as pessoas ao léu, submetidas a todo o tipo de abordagem por meio dos traficantes, às questões de conformidade em relação à dependência química, não íamos desistir", explicou Eloisa nesta quarta-feira.

"Talvez isso viesse dentro do meu coração, como gestora pública, expressando um desejo muito sincero de que a Cracolândia não existisse mais" completou.

Com carreira no Ministério Público desde 1980, Eloisa foi secretária de Justiça do governo Alckmin entre 2011 e 2014 e se aposentou neste ano como procuradora de Justiça.

Ela assume a pasta de Direitos Humanos dizendo que a "não vai desistir dos dependentes químicos", mas destacando que a Cracolândia é apenas um dos seus desafios.

Mencionou também moradores de rua, crianças, adolescentes, idosos, homossexuais e migrantes.

Ela disse que apoia o pedido da gestão Doria à Justiça para poder realizar busca e apreensão de usuários de drogas para atendimento médico, cuja ação foi extinta pelo Tribunal de Justiça nesta semana - a Prefeitura já afirmou que vai recorrer.

"Não consigo enxergar situação mais violadora dos direitos humanos do que a agressão feita contra os dependentes químicos pelos traficantes", disse. "Vamos trabalhar para acolher essas pessoas, que vivem em uma condição de indignidade humana".

O prefeito João Doria, que tem evitado responder perguntas de jornalistas sobre a Cracolândia, declarou novamente que "não tem recuo" nas ações do projeto Redenção, lançado por ele há dez dias para enfrentar o problema das drogas na cidade.

"Não tem retrocesso e não mudaremos nossa posição", disse o tucano, que negou novamente a intenção de fazer internação compulsória de dependentes em massa, como acusou o Ministério Público na semana passada.

Doria também agradeceu o trabalho da ex-secretária de Direitos Humanos Patricia Bezerra, que pediu demissão na semana passada por discordar da ação policial na Cracolândia.

"Nenhuma condenação a ela. A Patricia Bezerra é uma pessoa de bem mas que tinha posições contrárias às ações que a Prefeitura vem adotando'. Patricia reassumiu mandato de vereadora pelo PSDB.

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