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Saúde vai mudar metodologia de testes de coronavírus a partir de 100º caso

Quando atingir o número, nem todos os quadros suspeitos serão testados, como ocorre agora; atualmente, apenas dois casos estão confirmados no país

Pessoas com máscara: atualmente o Brasil apresenta 2 casos confirmados e 488 suspeitos de infecção pelo novo vírus (Anadolu Agency/Getty Images)
BC

Beatriz Correia

Publicado em 3 de março de 2020 às 19h34.

O Ministério da Saúde espera alterar os métodos para teste do novo coronavírus a partir do momento em que 100 casos forem confirmados no Brasil. Quando atingir esse número, nem todos os quadros suspeitos serão testados, como ocorre atualmente.

Por sua vez, nessa etapa, os esforços estarão voltados aos casos graves, de pessoas com síndromes respiratórias agudas e pneumonia extensa, por exemplo. Além disso, serão testados aqueles casos que tiverem interesse epidemiológico, para que o governo possa monitorar a circulação do vírus e analisar mutações. Os demais quadros serão verificados através de análise clínica.

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Atualmente, apenas dois casos estão confirmados no País, diante de 488 quadros suspeitos. "No número 100 não é um número mágico, mas a partir do 100 não vamos mais fazer teste para todo mundo", explicou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis.

Por enquanto, o Ministério da Saúde continuará com o método atual, no qual são testados todos os casos suspeitos que, por exemplo, vêm de países da lista de alerta e apresentam conjunto febre e mais algum sintoma.

Gabbardo disse ainda que o governo vai "radicalizar" a política para estender os horários de atendimento das Unidades Básicas de Saúde, incluindo a injeção de novos recursos. A definição da medida, no entanto, ainda precisa ser fechada e anunciada oficialmente pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pontuou o secretário.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Wanderson de Oliveira, afirmou também que, apesar de haver possibilidade, o Brasil ainda não verificou a existência de circulação e transmissão do vírus internamente.

"Vamos organizando o pensamento sem fazer nenhuma afirmação precipitada. Possibilidade existe, sim, mas não temos no Brasil circulação do vírus, transmissão local, não temos", disse.

EUA na lista

O ministério também vai incluir até quarta-feira, 4, novos países na lista de alerta para casos suspeitos do novo coronavírus, incluindo os Estados Unidos, informou o secretário.

Com isso, segundo ele, aproximadamente 30 países estarão na lista. Se enquadram em casos suspeitos as pessoas que regressam desses países e apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar. Em função da ampliação, a pasta destacou que, a partir de agora, a preocupação do ministério é mais direcionada a prevenção e assistência, e menos as estatísticas.

"Com inclusão dos Estados Unidos, o número de suspeitos tende a crescer muitas vezes", disse Gabbardo. Com isso, o secretário-executivo afirmou que a orientação do ministério é para que pessoas que venham da lista de países em alerta não procurem o sistema de saúde quando tiverem apenas "sintomas leves ou estiverem quase assintomáticas".

"Temos que desmobilizar esse movimento. Se não vamos encher unidades de saúde. Não precisamos impor que as pessoas se dirijam a unidades de saúde com sintomas leves", disse Gabbardo.

 

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