Salário mínimo: impacto do reajuste nos cofres municipais será de R$ 4,3 bi, diz CNM
De acordo com o presidente da instituição, Paulo Ziulkoski, o montante anunciado nesta quarta-feira pelo governo federal irá agravar a crise fiscal dos municípios, sobretudo os de pequeno porte
Agência de notícias
Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 17h46.
Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 18h32.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) informou nesta quarta, 27, que o impacto aos cofres municipais do reajuste do salário mínimo nacional de R$ 1.320 para R$ 1.412 (alta de 6,97%), em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024, será de R$ 4,33 bilhões.
De acordo com o presidente da instituição, Paulo Ziulkoski, o montante anunciado nesta quarta-feira pelo governo federal irá agravar a crise fiscal dos municípios, sobretudo os de pequeno porte. "Além do mínimo, as demais elevações das despesas ocorrem à revelia das prefeituras", afirma Ziulkoski. "As decisões aprovadas em outras esferas de governo têm provocado impacto nos cofres das prefeituras e agravado o quadro fiscal", completa.
Empregabilidade
Em nota, a Confederação ressalta que as prefeituras são responsáveis pela empregabilidade de mais de 6 milhões de pessoas. Destas, 2,3 milhões recebem até um salário mínimo e meio.
A maioria, segundo a CNM, está concentrada nos estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará, com servidores municipais que recebem até 1,5 salário mínimo, enquanto Acre, Amapá e Rondônia reúnem a menor concentração de servidores municipais recebendo até 1,5 salário mínimo.
Mais cedo, o Palácio do Planalto confirmou o valor do novo mínimo para 2024 e destacou que o reajuste representa um ganho real de três pontos percentuais. "Com efeito, o novo valor inclui a inflação em 12 meses [ até novembro ] de 3,85% e mais três pontos percentuais [ ganho real ] relativos à expansão do PIB em 2022. A política de valorização do salário mínimo é um compromisso assumido ainda no início do ano", diz a nota divulgada pelo Planalto.