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Rumor que Brasil estuda reduzir imigração gera entrada em massa de haitianos

Nos últimos dois anos, o Brasil acolheu centenas de haitianos que entraram ilegalmente no país em busca de melhores condições de vida após o terremoto de 2010

Apesar do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça brasileiro ter admitido em dezembro que estuda medidas para reprimir o tráfico de imigrantes nas fronteiras amazônicas até agora não nada foi anunciado (Mario Tama/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 18h22.

Rio de Janeiro - Ao menos 500 imigrantes haitianos ilegais entraram no Brasil através da cidade de Brasileia, no estado do Acre, na fronteira com a Bolívia, nos últimos três dias de 2011 e se somaram aos cerca de 700 que já vivem em um alojamento improvisado nesse povoado amazônico de 20 mil habitantes.

Os imigrantes chegaram em massa em poucos dias diante dos rumores de que o Brasil estuda a possibilidade de restringir o ingresso de haitianos pelas fronteiras amazônicas a partir deste ano, contou à agência Efe uma fonte do Governo do estado Acre.

Nos últimos dois anos, o Brasil acolheu centenas de haitianos que entraram ilegalmente no país em busca de melhores condições de vida após o terremoto de 2010 e aos quais concedeu visto humanitário devido ao fato de que não podem ser considerados asilados nem refugiados políticos.

'Aparentemente, os haitianos foram se reunindo do outro lado da fronteira e entraram em grupo diante do temor de serem impedidos de acessar o Brasil', acrescentou a fonte.

O governo do Acre, no extremo oeste do Brasil, na fronteira com a Bolívia, informou que enviou alimentos e água para auxiliar os imigrantes que estão vivendo nas praças de Brasileia, já que a pequena cidade não tem condições de fornecer assistência a eles.

'A situação é complicada porque o estado já havia construído um alojamento para os imigrantes que aparentemente ficou pequeno para os 700 haitianos que já estavam em Brasileia', detalhou uma fonte consultada pela Efe.

O secretário adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto de Moura, viajou nesta segunda-feira a cidade para coordenar a ajuda aos imigrantes ilegais.


Apesar do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça brasileiro ter admitido em dezembro que estuda medidas para reprimir o tráfico de imigrantes nas fronteiras amazônicas até agora não nada foi anunciado.

Segundo a organização internacional Serviço Jesuíta a Refugiados da América Latina (SJR), diferentes redes de tráfico de pessoas recrutam cidadãos do Haiti com promessas de trabalho em países como Equador, Peru e Bolívia, que, abandonados, terminam viajando até o Brasil em busca de melhores condições de vida.

Somente em 2010, o Brasil concedeu 475 vistos humanitários aos imigrantes haitianos, mas o número de ilegais aumentou significativamente em 2011. O Governo do Acre calcula que ao menos 2,3 mil haitianos cruzaram a fronteira com o estado no ano passado.

Além do visto humanitário, os imigrantes obtêm documentos que permitem trabalhar no Brasil e alguns são enviados a cidades maiores, como as também amazônicas Porto Velho, capital de Rondônia, e Manaus, do Amazonas, onde a oferta de emprego é maior.

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Rio de Janeiro - Ao menos 500 imigrantes haitianos ilegais entraram no Brasil através da cidade de Brasileia, no estado do Acre, na fronteira com a Bolívia, nos últimos três dias de 2011 e se somaram aos cerca de 700 que já vivem em um alojamento improvisado nesse povoado amazônico de 20 mil habitantes.

Os imigrantes chegaram em massa em poucos dias diante dos rumores de que o Brasil estuda a possibilidade de restringir o ingresso de haitianos pelas fronteiras amazônicas a partir deste ano, contou à agência Efe uma fonte do Governo do estado Acre.

Nos últimos dois anos, o Brasil acolheu centenas de haitianos que entraram ilegalmente no país em busca de melhores condições de vida após o terremoto de 2010 e aos quais concedeu visto humanitário devido ao fato de que não podem ser considerados asilados nem refugiados políticos.

'Aparentemente, os haitianos foram se reunindo do outro lado da fronteira e entraram em grupo diante do temor de serem impedidos de acessar o Brasil', acrescentou a fonte.

O governo do Acre, no extremo oeste do Brasil, na fronteira com a Bolívia, informou que enviou alimentos e água para auxiliar os imigrantes que estão vivendo nas praças de Brasileia, já que a pequena cidade não tem condições de fornecer assistência a eles.

'A situação é complicada porque o estado já havia construído um alojamento para os imigrantes que aparentemente ficou pequeno para os 700 haitianos que já estavam em Brasileia', detalhou uma fonte consultada pela Efe.

O secretário adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto de Moura, viajou nesta segunda-feira a cidade para coordenar a ajuda aos imigrantes ilegais.


Apesar do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça brasileiro ter admitido em dezembro que estuda medidas para reprimir o tráfico de imigrantes nas fronteiras amazônicas até agora não nada foi anunciado.

Segundo a organização internacional Serviço Jesuíta a Refugiados da América Latina (SJR), diferentes redes de tráfico de pessoas recrutam cidadãos do Haiti com promessas de trabalho em países como Equador, Peru e Bolívia, que, abandonados, terminam viajando até o Brasil em busca de melhores condições de vida.

Somente em 2010, o Brasil concedeu 475 vistos humanitários aos imigrantes haitianos, mas o número de ilegais aumentou significativamente em 2011. O Governo do Acre calcula que ao menos 2,3 mil haitianos cruzaram a fronteira com o estado no ano passado.

Além do visto humanitário, os imigrantes obtêm documentos que permitem trabalhar no Brasil e alguns são enviados a cidades maiores, como as também amazônicas Porto Velho, capital de Rondônia, e Manaus, do Amazonas, onde a oferta de emprego é maior.

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