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'Resistência até o fim', dizem famílias de PMs grevistas

Mais de mil soldados e policiais cercam a Assembleia Legislativa, ocupada há seis dias por centenas de policiais e seus familiares, que reivindicam aumento salarial

"Não ao derramamento de sangue", "Homens de bem" e "Não ao confronto, sim à paz", dizem alguns dos coloridos cartazes improvisados (Agência Brasil/Marcello Casal Jr)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 22h40.

Salvador - Ao voo rasante do helicóptero verde oliva, se segue um assobio prolongado. São os familiares dos policiais em greve que acampam nos arredores do prédio da Assembleia Legislativa, em Salvador, tomada pelos agentes de segurança que apóiam a "resistência" e critica o cerco militar.

Mais de mil soldados e policiais cercam a Assembleia Legislativa, ocupada há seis dias por centenas de policiais e seus familiares, que reivindicam aumento salarial e anistia.

Em um vasto campo em frente ao edifício de quatro andares, as famílias se reúnem com cartazes e repetem palavras de ordem que vão ao encontro das reivindicações dos grevistas.

"Não ao derramamento de sangue", "Homens de bem" e "Não ao confronto, sim à paz", dizem alguns dos coloridos cartazes improvisados.

"Tudo é culpa do governo. O governador (da Bahia, Jaques Wagner) os trata como terroristas, quando são homens que cuidam dele, dão proteção a ele e a todos os cidadãos da Bahia", revolta-se Gracieni Santana, de 23 anos, cujo marido está entre os 200 policiais que ocupam a Assembleia.

Crispiano Quirino, que como vários manifestantes exibe bandeiras da Bahia e do Brasil, corre emocionado com a verde e amarela nos ombros, em meio ao enorme círculo que reúne todos os familiares para rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.


O helicóptero sobrevoa o prédio durante quase uma hora, cada vez mais baixo, mas com o passar do tempo, os manifestantes de fora param de prestar atenção. "Querem nos intimidar, mas não vão conseguir", repetem, quase em coro, para dar ânimo uns aos outros.

"A resistência é até o fim", afirma Lázaro de Jesus, policial de 40 anos, que aderiu à greve.

"Este movimento está crescendo e está se tornando um movimento nacional, Não é mais só da Bahia. Rio de Janeiro e Ceará também poderiam se juntar. Isto é pela dignididade da polícia do Brasil", assegura.

Segundo os familiares, um grupo de policiais do interior baiano se mobilizam rumo à capital, Salvador, para apoiar o movimento no acampamento. "Mas estão fechando todos os acessos. Estes vândalos se negam a que a cidadania venha e proteste, mas não vão conseguir", desafia Celia Maria Santana, de 53 anos.

Os acessos à Assembleia Legislativa do estado da Bahia estão bloqueados com veículos blindados e dezenas de soldados, e em frente ao edifício há pelo menos 300 homens do Batalhão de Choque do Exército.

"Esta casa é a mais vigiada do Brasil, nem a casa do 'Big Brother' é tão vigiada", brincam os jovens em frente ao norme contingente, que se mantém firme e inexpressivo.

A noite cai e, em meio ao campo, dois meninos brincam com garrafas de plástico vazias e terra do jardim, enquanto a poucos metros Mônica de Carvalho recebe e organiza caixas com água e alimentos, ao redor das quais são montadas barracas de camping para dormir.

"Temos água, pão, manteiga, mordadela, frutas, suco, leite. Arrecadamos dinheiro entre nós para comprar e algumas coisas são doadas por empresas", conta esta mulher de 37 anos.

O prédio da Assembleia Legislativa fica às escuras e o silêncio começa a se espalhar por toda a área, à espera de um novo dia desta greve que, segundo os manifestantes, durará "o tempo que for necessário".

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Salvador - Ao voo rasante do helicóptero verde oliva, se segue um assobio prolongado. São os familiares dos policiais em greve que acampam nos arredores do prédio da Assembleia Legislativa, em Salvador, tomada pelos agentes de segurança que apóiam a "resistência" e critica o cerco militar.

Mais de mil soldados e policiais cercam a Assembleia Legislativa, ocupada há seis dias por centenas de policiais e seus familiares, que reivindicam aumento salarial e anistia.

Em um vasto campo em frente ao edifício de quatro andares, as famílias se reúnem com cartazes e repetem palavras de ordem que vão ao encontro das reivindicações dos grevistas.

"Não ao derramamento de sangue", "Homens de bem" e "Não ao confronto, sim à paz", dizem alguns dos coloridos cartazes improvisados.

"Tudo é culpa do governo. O governador (da Bahia, Jaques Wagner) os trata como terroristas, quando são homens que cuidam dele, dão proteção a ele e a todos os cidadãos da Bahia", revolta-se Gracieni Santana, de 23 anos, cujo marido está entre os 200 policiais que ocupam a Assembleia.

Crispiano Quirino, que como vários manifestantes exibe bandeiras da Bahia e do Brasil, corre emocionado com a verde e amarela nos ombros, em meio ao enorme círculo que reúne todos os familiares para rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.


O helicóptero sobrevoa o prédio durante quase uma hora, cada vez mais baixo, mas com o passar do tempo, os manifestantes de fora param de prestar atenção. "Querem nos intimidar, mas não vão conseguir", repetem, quase em coro, para dar ânimo uns aos outros.

"A resistência é até o fim", afirma Lázaro de Jesus, policial de 40 anos, que aderiu à greve.

"Este movimento está crescendo e está se tornando um movimento nacional, Não é mais só da Bahia. Rio de Janeiro e Ceará também poderiam se juntar. Isto é pela dignididade da polícia do Brasil", assegura.

Segundo os familiares, um grupo de policiais do interior baiano se mobilizam rumo à capital, Salvador, para apoiar o movimento no acampamento. "Mas estão fechando todos os acessos. Estes vândalos se negam a que a cidadania venha e proteste, mas não vão conseguir", desafia Celia Maria Santana, de 53 anos.

Os acessos à Assembleia Legislativa do estado da Bahia estão bloqueados com veículos blindados e dezenas de soldados, e em frente ao edifício há pelo menos 300 homens do Batalhão de Choque do Exército.

"Esta casa é a mais vigiada do Brasil, nem a casa do 'Big Brother' é tão vigiada", brincam os jovens em frente ao norme contingente, que se mantém firme e inexpressivo.

A noite cai e, em meio ao campo, dois meninos brincam com garrafas de plástico vazias e terra do jardim, enquanto a poucos metros Mônica de Carvalho recebe e organiza caixas com água e alimentos, ao redor das quais são montadas barracas de camping para dormir.

"Temos água, pão, manteiga, mordadela, frutas, suco, leite. Arrecadamos dinheiro entre nós para comprar e algumas coisas são doadas por empresas", conta esta mulher de 37 anos.

O prédio da Assembleia Legislativa fica às escuras e o silêncio começa a se espalhar por toda a área, à espera de um novo dia desta greve que, segundo os manifestantes, durará "o tempo que for necessário".

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