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Relatório liga deputado do PPS a lobista da máfia da merenda

Cury é citado em documento da Polícia Civil como aliado do lobista Marcel Ferreira Júlio, que está foragido

Deputado Fernando Cury: ele é citado em documento da Polícia Civil como aliado do lobista Marcel Ferreira Júlio, que está foragido (Divulgação Alesp)
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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 08h37.

São Paulo - Relatório da Operação Alba Branca, que apura um esquema de fraude na compra de alimentos de merenda escolar por prefeituras e pelo governo do Estado de São Paulo , liga o deputado estadual Fernando Cury, do PPS, à organização que fraudava licitações.

Cury é citado em documento da Polícia Civil como aliado do lobista Marcel Ferreira Júlio, que está foragido.

O relatório resume interceptação telefônica que flagrou Marcel falando com um interlocutor que a polícia chama de "Felix" ou "Péricles".

O lobista caiu no grampo dia 16 de dezembro de 2015, às 16h. Para os investigadores da Alba Branca, o diálogo indica que Marcel frequentava a sala do parlamentar no Palácio Nove de Julho, sede do Legislativo paulista, na região do Ibirapuera.

"Marcel conversa com interlocutor e pede para que ele o procure na Assembleia Legislativa, no gabinete do deputado Fernando Cury", diz trecho do relatório da Alba Branca.

Em seguida, o documento cita César Augusto Lopes Bertholino, então diretor financeiro da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), entidade apontada como carro-chefe da quadrilha que vendia produtos agrícolas superfaturados para a composição da merenda - pelo menos 22 prefeituras estão sob investigação da força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

O relatório policial afirma que Marcel e César estiveram na Secretaria da Agricultura do Estado, acompanhados do deputado do PPS.

"Quando César e Marcel foram na Secretaria da Agricultura, o deputado Fernando Cury estava junto."

Conforme as investigações, a organização também mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). O ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, quadro do PSDB, está sob investigação.

A Polícia Civil ressalta que Cury tem bastante proximidade com o lobista a ponto de fazer uso de seu telefone para fazer contato "com um vereador".

Marcel teve prisão temporária decretada em janeiro, pela Justiça da Comarca de Bebedouro - região de Ribeirão Preto - onde fica a sede da Coaf.

Prisão preventiva

Na sexta-feira passada a Procuradoria-Geral de Justiça requereu ao Tribunal de Justiça do Estado ordem de prisão preventiva contra Marcel, que permanece foragido.

Conforme a Alba Branca, Marcel circulava com desenvoltura na Assembleia Legislativa, cujo presidente, deputado Fernando Capez (PSDB), é citado como suposto beneficiário do esquema de propinas da merenda escolar. O tucano nega taxativamente envolvimento com a organização.

A investigação já apontou elos do lobista com aliados de Capez, entre eles Jéter Rodrigues Pereira, que trabalhava para o parlamentar, em seu escritório político e na Assembleia.

Outro ex-assessor do tucano, José Merivaldo dos Santos, foi flagrado em interceptação telefônica da operação no grampo cobrando "58" do lobista. Alba Branca investiga ainda Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, assessor e cabo eleitoral de Capez.

A Procuradoria pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Jéter, Merivaldo e Licá. Foi requerido ainda acesso aos computadores da Assembleia usados por aliados de Capez - alvo também de pedido de quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.

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O relatório resume interceptação telefônica que flagrou Marcel falando com um interlocutor que a polícia chama de "Felix" ou "Péricles".

O lobista caiu no grampo dia 16 de dezembro de 2015, às 16h. Para os investigadores da Alba Branca, o diálogo indica que Marcel frequentava a sala do parlamentar no Palácio Nove de Julho, sede do Legislativo paulista, na região do Ibirapuera.

"Marcel conversa com interlocutor e pede para que ele o procure na Assembleia Legislativa, no gabinete do deputado Fernando Cury", diz trecho do relatório da Alba Branca.

Em seguida, o documento cita César Augusto Lopes Bertholino, então diretor financeiro da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), entidade apontada como carro-chefe da quadrilha que vendia produtos agrícolas superfaturados para a composição da merenda - pelo menos 22 prefeituras estão sob investigação da força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

O relatório policial afirma que Marcel e César estiveram na Secretaria da Agricultura do Estado, acompanhados do deputado do PPS.

"Quando César e Marcel foram na Secretaria da Agricultura, o deputado Fernando Cury estava junto."

Conforme as investigações, a organização também mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). O ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, quadro do PSDB, está sob investigação.

A Polícia Civil ressalta que Cury tem bastante proximidade com o lobista a ponto de fazer uso de seu telefone para fazer contato "com um vereador".

Marcel teve prisão temporária decretada em janeiro, pela Justiça da Comarca de Bebedouro - região de Ribeirão Preto - onde fica a sede da Coaf.

Prisão preventiva

Na sexta-feira passada a Procuradoria-Geral de Justiça requereu ao Tribunal de Justiça do Estado ordem de prisão preventiva contra Marcel, que permanece foragido.

Conforme a Alba Branca, Marcel circulava com desenvoltura na Assembleia Legislativa, cujo presidente, deputado Fernando Capez (PSDB), é citado como suposto beneficiário do esquema de propinas da merenda escolar. O tucano nega taxativamente envolvimento com a organização.

A investigação já apontou elos do lobista com aliados de Capez, entre eles Jéter Rodrigues Pereira, que trabalhava para o parlamentar, em seu escritório político e na Assembleia.

Outro ex-assessor do tucano, José Merivaldo dos Santos, foi flagrado em interceptação telefônica da operação no grampo cobrando "58" do lobista. Alba Branca investiga ainda Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, assessor e cabo eleitoral de Capez.

A Procuradoria pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Jéter, Merivaldo e Licá. Foi requerido ainda acesso aos computadores da Assembleia usados por aliados de Capez - alvo também de pedido de quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.

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