Relator de MP da TLP mantém expectativa para leitura nesta semana
A leitura do relatório, passo essencial na tramitação de qualquer proposta no Legislativo, estava prevista para hoje, mas foi adiada para quarta
Reuters
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 15h36.
Brasília - O relator da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para substituir a TJLP nos financiamentos do BNDES , deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), acredita ser possível ler o parecer na quarta-feira e prosseguir com o andamento da proposta na comissão mista onde tramita, apesar de considerar que o presidente do colegiado, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), tem atuado para deixar a medida perder a validade.
A leitura do relatório, passo essencial na tramitação de qualquer proposta no Legislativo, estava prevista para esta terça-feira, mas foi adiada para quarta-feira.
Na semana passada, diante da falta de quórum, Lindbergh encerrou uma reunião em que ocorreria a leitura do parecer de Gomes, adiando para esta terça, e agora voltou a adiar para quarta-feira.
"Desde sexta-feira que o Lindbergh tomou essa decisão, mais uma vez descumprindo o acordo, visando caducar a MP", disse o relator da medida à Reuters.
"Temos total esperança em concluir a tramitação na comissão. A gente acredita que é possível ler amanhã, depois votar e levar a plenário", afirmou o deputado.
Sobre a possibilidade de o governo enviar um projeto de lei com os mesmo termos da MP em regime de urgência, ideia levantada na manhã desta terça pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Gomes reiterou sua expectativa de seguir com a tramitação da MP, reconhecendo, no entanto, a importância de ter uma alternativa caso a votação da medida fique inviabilizada.
"É natural que o presidente da Casa esteja pensando em alternativa", avaliou. "Uma possibilidade, caso o assunto não consiga evoluir, é sempre bom. Ter uma carta na manga é sempre bom", disse.
Tanto Gomes quanto Maia fizeram uma provocação ao presidente da comissão, que nega atuar para que a MP perca a validade.
Segundo a assessoria de Lindbergh, os prazos regimentais correm normalmente e a reunião desta terça-feira foi adiada devido a uma reunião de líderes no mesmo horário e à CPI do BNDES, que também tem agenda prevista para esta tarde.
Sobre o adiamento da semana passada, o argumento é que não havia quórum, e que se a medida tanto interessa ao governo, seus líderes deveriam ter trabalhado para garantir a presença de parlamentares no colegiado.
"O governo não pode colocar a culpa da sua desarticulação política em mim. Na última reunião marcada não tinha o quórum e eu como presidente só tive a opção de encerrar a sessão", disse Lindbergh, em nota.
A MP da TLP é um dos três projetos que o governo considera prioritários para a geração de receitas no curto prazo, mas corre o risco de perder a validade se não for aprovada na comissão mista e pelas duas Casa do Congresso até o dia 7 de setembro.