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Registrado novo confronto em reintegração de posse em SP

Alguns moradores resistiram ao avanço da tropa, atirando pedras e pedaços de madeira nos policiais, que revidaram com bombas de efeito de moral

Polícia Militar: segundo o defensor público Rafael Negreiros, que acompanha a operação, o trabalho de demolição das cerca de 100 casas construídas no terreno chegou à metade por volta das 13h. (Divulgação/PMSP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 14h54.

São Paulo – Os moradores de um terreno no bairro São Rafael, na zona leste da cidade, voltaram a entrar em confronto, no final da manhã de hoje (27), com a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) , durante reintegração de posse da área. Alguns moradores resistiram ao avanço da tropa, atirando pedras e pedaços de madeira nos policiais, que revidaram com bombas de efeito de moral.

“Foi um horror. Uma bomba acertou o meu pé e estourou. Eu fiquei sem ver nada, fiquei com muito medo”, contou o pedreiro Janailton Peixinho Guimarães, de 18 anos.

Segundo o defensor público Rafael Negreiros, que acompanha a operação, o trabalho de demolição das cerca de 100 casas construídas no terreno chegou à metade por volta das 13h. Ele acompanhou a movimentação da tropa da PM, tentando dialogar com os policiais e os moradores. “A população tem o direito de resistência também, pois está sendo afetada em um de seus direitos mais fundamentais, o de moradia. É natural que o ser humano ofereça resistência, por isso, pedimos aos policiais compreensão”, disse Negreiros.

O terreno, de 75 mil metros quadrados, é dividido em cinco áreas. Em duas delas, as casas já foram demolidas e, em outra, os policiais ainda tentam avançar contra barricadas feitas por moradores. De acordo com Negreiros, as duas áreas restantes têm moradias já consolidadas, com pessoas vivendo no local por até 20 anos. “Estes não devem ser despejados, pois precisaria de um aparato maior”, ressaltou o defensor público.


Segundo Negreiros, o processo para retirada das famílias correu à revelia durante meses, movido por dois dos proprietários do terreno. Em março deste ano, moradores da área procuraram a Defensoria Pública, que passou a representá-los. A decisão do despejo foi expedida pela 1ª Vara Civil do Fórum de Itaquera.

Alguns das pessoas que vivem no terreno, como o pedreiro Leomar de Jesus Santos, de 26 anos, reclamaram da falta de tempo para retirar seus pertences de casa. “Moro aqui há oito meses, tenho dois filhos. Isso aqui pegou todo mundo de surpresa. Eles [PM] vieram ontem [26] falaram que iam tirar a gente, mas não disseram quando. Aí, chegaram hoje [27] e derrubaram tudo. [A operação] pegou todo mundo de surpresa. Agora, não tenho para onde ir”, lamentou Santos.

Rafael Negreiros disse que foi informado sobre a reintegração de posse no início desta semana, pelos próprios moradores, que disseram ter recebido papéis de aviso da Polícia Militar. “Eles não tiveram nenhum tempo hábil para tirar os pertences”, confirmou o defensor público.

No entanto, o comandante da operação, major Luís Roberto Júnior, disse que os moradores foram avisados pela PM. “Muitos alegam que não foram avisados com antecedência, mas essa operação está sendo planejada há mais de dois meses, quando [eles] foram notificados pelo Poder Judiciário. A Polícia Militar também faz contato pra alertá-los”, destacou o comandante.

Os proprietários do terreno disponibilizaram 15 caminhões, dois tratores e três depósitos para onde foram levados móveis dos moradores.

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São Paulo – Os moradores de um terreno no bairro São Rafael, na zona leste da cidade, voltaram a entrar em confronto, no final da manhã de hoje (27), com a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) , durante reintegração de posse da área. Alguns moradores resistiram ao avanço da tropa, atirando pedras e pedaços de madeira nos policiais, que revidaram com bombas de efeito de moral.

“Foi um horror. Uma bomba acertou o meu pé e estourou. Eu fiquei sem ver nada, fiquei com muito medo”, contou o pedreiro Janailton Peixinho Guimarães, de 18 anos.

Segundo o defensor público Rafael Negreiros, que acompanha a operação, o trabalho de demolição das cerca de 100 casas construídas no terreno chegou à metade por volta das 13h. Ele acompanhou a movimentação da tropa da PM, tentando dialogar com os policiais e os moradores. “A população tem o direito de resistência também, pois está sendo afetada em um de seus direitos mais fundamentais, o de moradia. É natural que o ser humano ofereça resistência, por isso, pedimos aos policiais compreensão”, disse Negreiros.

O terreno, de 75 mil metros quadrados, é dividido em cinco áreas. Em duas delas, as casas já foram demolidas e, em outra, os policiais ainda tentam avançar contra barricadas feitas por moradores. De acordo com Negreiros, as duas áreas restantes têm moradias já consolidadas, com pessoas vivendo no local por até 20 anos. “Estes não devem ser despejados, pois precisaria de um aparato maior”, ressaltou o defensor público.


Segundo Negreiros, o processo para retirada das famílias correu à revelia durante meses, movido por dois dos proprietários do terreno. Em março deste ano, moradores da área procuraram a Defensoria Pública, que passou a representá-los. A decisão do despejo foi expedida pela 1ª Vara Civil do Fórum de Itaquera.

Alguns das pessoas que vivem no terreno, como o pedreiro Leomar de Jesus Santos, de 26 anos, reclamaram da falta de tempo para retirar seus pertences de casa. “Moro aqui há oito meses, tenho dois filhos. Isso aqui pegou todo mundo de surpresa. Eles [PM] vieram ontem [26] falaram que iam tirar a gente, mas não disseram quando. Aí, chegaram hoje [27] e derrubaram tudo. [A operação] pegou todo mundo de surpresa. Agora, não tenho para onde ir”, lamentou Santos.

Rafael Negreiros disse que foi informado sobre a reintegração de posse no início desta semana, pelos próprios moradores, que disseram ter recebido papéis de aviso da Polícia Militar. “Eles não tiveram nenhum tempo hábil para tirar os pertences”, confirmou o defensor público.

No entanto, o comandante da operação, major Luís Roberto Júnior, disse que os moradores foram avisados pela PM. “Muitos alegam que não foram avisados com antecedência, mas essa operação está sendo planejada há mais de dois meses, quando [eles] foram notificados pelo Poder Judiciário. A Polícia Militar também faz contato pra alertá-los”, destacou o comandante.

Os proprietários do terreno disponibilizaram 15 caminhões, dois tratores e três depósitos para onde foram levados móveis dos moradores.

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