Rede de Astronomia quer fortalecer integração entre pesquisadores
A partir das conexões da rede SPAnet, os cientistas brasileiros poderão buscar parcerias cada vez mais proveitosas com pesquisadores de outros países
Agência Brasil
Publicado em 16 de março de 2017 às 19h05.
Lançada hoje (16) em São Paulo, a Rede Paulista de Astronomia (São Paulo Astronomy Network - SPAnet, na sigla em inglês). quer aumentar a integração e o compartilhamento de conhecimento e infraestrutura entre os pesquisadores da área, inspirada em experiências internacionais.
São Paulo - Lançada hoje (16) em São Paulo, a Rede Paulista de Astronomia (São Paulo Astronomy Network - SPAnet, na sigla em inglês) quer aumentar a integração e o compartilhamento de conhecimento e infraestrutura entre os pesquisadores da área, inspirada em experiências internacionais.
"Uma dificuldade que nós vemos na nossa astronomia, tanto em São Paulo como no Brasil em geral, é que nós poderíamos estar muito mais conectados entre nós mesmos. Então, o objetivo básico da SPAnet é promover a conectividade entre o pessoal que trabalha em astronomia no estado, para criar condições para que novas ideias e novos projetos prosperem de forma mais integrada e tragam resultados mais significativos", ressaltou o professor do Instituto de Astronomia e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, Laerte Sodré, um dos responsáveis pela iniciativa.
Segundo ele, o Brasil já tem uma produção relevante na área.
"O nosso impacto está acima da média mundial. Isso é realmente gratificante para nós", disse, ao comentar dados da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo de que as menções dos trabalhos paulistas na área estão 30% acima da média mundial. São produzidos cerca de 500 artigos por ano no estado relacionados a questões astronômicas.
Como exemplo, Sodré citou a produção feita a partir do uso dos telescópios Gemini , projetados por um consórcio internacional, no qual o Brasil tem 6% de participação.
Os equipamentos estão instalados em uma área desértica no Chile e em uma montanha no Havaí.
"O impacto da ciência brasileira produzida com o Gemini é maior, relativamente, do que o dos demais parceiros", afirmou.
Parcerias com outros países
A partir das conexões da rede SPAnet, Sodré acredita que os cientistas brasileiros poderão buscar parcerias cada vez mais proveitosas com pesquisadores de outros países.
Atualmente, 65% dos artigos astronômicos elaborados em São Paulo tem participação de autores estrangeiros.
"Para melhorar o impacto da nossa astronomia, a gente tem que priorizar as ações com grupos fortes no exterior. Isso tem acontecido naturalmente e nós vamos buscar promover mais ainda", destacou.
Atualmente, estão sendo desenvolvidos três grandes projetos na área de observação astronômica no estado de São Paulo: um telescópio gigante que deve entrar em operação na década de 2020, um radiotelescópio e um telescópio de partículas.