Recuperação da indústria paulista perde fôlego no primeiro trimestre
Dos 20 segmentos pesquisados, 11 tiveram alta; principais influências foram verificadas no setor de veículos, de derivados de petróleo e de biocombustíveis
Agência Brasil
Publicado em 27 de abril de 2018 às 20h50.
A recuperação da atividade na indústria paulista perdeu fôlego no primeiro trimestre do ano, encerrando o período com alta de 0,4% em relação aos três primeiros meses de 2017, com ajuste sazonal.
Os dados fazem parte do Indicador de Nível de Atividade (INA) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado hoje (27). O resultado trimestral mostra diminuição no ritmo de crescimento do setor manufatureiro paulista na comparação com os quatro trimestres de 2017, que registraram respectivamente, altas de 2,7%, 1,8%, 2,4% e 1,5%.
"Essa retomada gradual e moderada se deve à incerteza quanto ao cenário eleitoral e ao andamento das reformas, como a da Previdência. Outro fator que contribui para o crescimento mais lento da atividade econômica são os elevados spreads bancários, limitando o efeito da queda da taxa Selic aos seus patamares mínimos históricos", avaliou, por meio de nota, o vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.
No resultado de março foi registrada alta de 0,6% na comparação com fevereiro. O componente de vendas reais foi o que mais influenciou positivamente o indicador, com variação de +5,8%.
Em seguida, está a variável que mede a projeção para a Produção Industrial Mensal (+1,4%). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou relativamente estável em +0,1 ponto percentual e a variável das horas trabalhadas na produção caiu 0,2%.
Dos 20 segmentos pesquisados, 11 tiveram alta. As principais influências foram verificadas no setor de veículos (4%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (4,6%).
Em relação a março de 2017, a atividade na indústria paulista cresceu 2,9%. Em 12 meses, o INA acumula alta de 5,2%.
Expectativa
A Fiesp divulgou também a pesquisa Sensor, referente ao mês de abril, que analisa a expectativa do setor em relação à atividade industrial para o mês. O indicador ficou relativamente estável ao subir 0,9 ponto, passando de 52,4 em março para 53,3 em abril. Os resultados acima de 50 pontos indicam expectativa de aumento da atividade.
Dos quatro componentes que compõem o Sensor, dois tiveram variações positivas. A variável de vendas teve a alta mais expressiva, com 7,2 pontos a mais, chegando a 61,9 pontos.
Também houve avanço no indicador de emprego (53,3 pontos), um acréscimo de 1,1 ponto na comparação com março. Acima de 50 pontos indica que há expectativa de contratações para o mês.
O indicador de estoques, por sua vez, caiu 3,3 pontos, ficando em 43,5. A percepção, portanto, é de que os estoques estão acima do nível desejado. A variável que capta as condições de mercado também recuou em abril, passando de 55,7 pontos no mês passado para 55,2.