Quero ser lembrado pelos serviços prestados ao país, diz Temer
No entanto, em entrevista, ele negou se candidatar à reeleição em 2018 mesmo que as mudanças estruturais encaminhadas por ele sejam aprovadas
Agência Brasil
Publicado em 10 de março de 2017 às 16h28.
Última atualização em 10 de março de 2017 às 16h33.
O presidente Michel Temer disse que quer ser lembrado na história pelo serviço que prestou ao país promovendo as reformas necessárias.
Em entrevista à rádio CBN, ele negou se candidatar à reeleição em 2018 mesmo que as mudanças estruturais encaminhadas por ele sejam aprovadas e o Brasil esteja em uma situação melhor.
De acordo com o presidente, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, não tem "influência nenhuma" no governo.
Ao repetir a promessa de afastar provisoriamente os ministros que forem denunciados por fatos relativos à operação, Temer disse que a saída temporária será "evidentemente sem subsídios".
"Se eu chegar ao fim do governo nessas condições [aprovação das reformas e recuperação econômica], e tenho quase que absoluta certeza que chegarei, a única coisa que quero é ser reconhecido pela história. Quero ser recordado pelo serviço que faço ao meu país, e ser reconhecido como quem prestou um serviço pelo país", afirmou, negando que será mordido pela "mosca azul" do poder, como indagou o jornalista Jorge Bastos Moreno, na entrevista.
Reforma da Previdência
Sobre as dificuldades para aprovação da reforma da Previdência, o presidente voltou a defender que ela seja aprovada "tal como está" no Congresso Nacional.
Segundo ele, o governo federal encaminhou a proposta que "acha necessário para que o Brasil não se transforme [fique com situação semelhante] em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais", que estão com "enormes dificuldades" no orçamento previdenciário.
"O Brasil não pode, daqui a quatro, cinco anos, transformar-se numa figura como estão os estados brasileiros", disse.
Questionado sobre as críticas do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, segundo quem o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha está ocupando espaço no governo, o presidente negou. "Absolutamente não existe [influência]. Imagine se o Eduardo Cunha, que está distante, pode influenciar alguma coisa aqui? Não tem influência nenhuma", respondeu.
Segundo ele, Renan Calheiros, que comandou o Senado até fevereiro deste ano, tem dialogado permanentemente com o governo.
"Tenho certeza de que ele vai continuar nos ajudando. Vai nos ajudar na aprovação das reformas. Tenho certeza que nossa relação vai continuar sólida", disse.