Quatro estados criam gabinetes de crise para acompanhar atos golpistas; veja quem são
Novas manifestações a favor de um golpe militar para retirar do poder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, democraticamente eleito, estão marcadas para esta quarta-feira, 11
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 15h58.
À luz dos atos de vandalismo ocorridos em Brasília no último domingo, 8, ao menos 4 Estados criaram gabinetes de crise. São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina colocaram em alerta suas forças de segurança em preparação a eventuais riscos de distúrbios. Novas manifestações a favor de um golpe militar para retirar do poder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, democraticamente eleito, estão marcadas para esta quarta-feira, 11.
Nesta quarta-feira, dia 11, a Secretaria de Segurança Pública afirmou "que os setores que têm responsabilidade de empreender esforços de controle de distúrbios já estão empenhados desde o dia 8 de janeiro e assim continuam". Há uma previsão de manifestação na Avenida Paulista a partir das 18h. Nem a Secretaria de Segurança Pública, nem a Prefeitura de SP, informaram se haviam recebido pedidos de interdição da via para veículos.
O secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PL) afirmou ainda, ter se reunido no domingo à noite com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a criação de um gabinete de crise. A reunião teve a presença do comando da polícia e do Delegado-Geral da Polícia Civil, Artur José Dian. O Estado reforçou o policiamento nas sedes dos Poderes paulistas. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) designou dois secretários municipais para compor o gabinete.
No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) se reuniu na terça-feira, 10, com o gabinete de crise criado para monitorar "protestos antidemocráticos" no Estado. O gabinete reúne autoridades das forças de segurança e órgãos de controle em âmbitos estadual e federal.
O Governo de Santa Catarina também acompanha, em "estado de atenção", a possível influência dos atos de Brasília no Estado. O governador Jorginho Mello (PL) criou gabinete de crise com o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, e determinou a "preservação da ordem pública", em cumprimento às decisões judiciais expedidas em nível federal. No Paraná, um comitê semelhante foi criado na segunda-feira, um dia após dos atos golpistas que depredaram as instalações na Praça dos Três Poderes. Na região metropolitana de Curitiba houve registros de vandalismo no domingo.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a proibição de "interrupção ou embaraço" ao trânsito em todo o País. Moraes determinou ainda que as autoridades recorram a todas as medidas para impedir tentativas de ocupação de estradas e prendam em flagrante pessoas que obstruam vias ou invadam prédios públicos.
Distrito Federal
A capital federal, após os atos golpistas do último domingo, teve a intervenção federal da área de segurança pública e, posteriormente, o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB). Nesta quarta-feira, o interventor do DF já declarou publicamente que vai usar força máxima do efetivo policial contra eventuais manifestações golpistas.
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