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PT se solidariza, mas deixa defesa a cargo de Vaccari

O partido pretende virar a página o mais rapidamente possível em relação ao envolvimento do ex-tesoureiro na Lava Jato

Vaccari: a ordem é "tocar a vida para frente" e deixar o caso nas mãos do advogado Luiz Flávio D’Urso (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 09h36.

São Paulo - Ao contrário do mensalão, quando o PT saiu publicamente em defesa dos seus filiados e ex-dirigentes acusados - e posteriormente condenados e presos - por participação no esquema, o partido pretende virar a página o mais rapidamente possível em relação ao envolvimento do ex-tesoureiro João Vaccari Neto na Operação Lava Jato .

Na quarta-feira, 15, o PT divulgou uma nota na qual classificou a prisão de Vaccari como indevida e manifestou solidariedade ao ex-tesoureiro.

De acordo com a estratégia traçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente do partido, Rui Falcão, as manifestações públicas devem parar por aí.

A ordem é "tocar a vida para frente" e deixar o caso nas mãos do advogado Luiz Flávio D’Urso sem, no entanto, virar as costas para o companheiro preso.

"Temos o governo, temos o 5º Congresso Nacional do PT (a ser realizado em junho). A vida continua", disse o secretário nacional de organização, Florisvaldo Souza.

Internamente, porém, a prisão do ex-tesoureiro continua repercutindo mal. Durante reunião da Executiva Nacional do PT, na quinta-feira, 16, em São Paulo, dirigentes avaliaram que a ação da Lava Jato atingiu em cheio o partido no momento em que tanto o PT quanto o governo se preparavam para reagir à crise política.

A direção fez uma avaliação positiva das últimas semanas citando sinais de desgaste do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação dos destaques do projeto de lei da terceirização, o início das mobilizações populares contra esse projeto, a queda do número de pessoas nas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff e o recuo do governo em pontos das medidas provisórias que limitam direitos trabalhistas.

Segundo um cardeal petista, a inesperada prisão de Vaccari "paralisou as ações" e deixou o PT novamente na defensiva. Na reunião de ontem da cúpula petista, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, foi alvo de muitas críticas.

Um dirigente do PT chegou a falar em "estado de exceção". Petistas também classificaram a detenção como "uma prisão por razões políticas".

Dificuldade

O PT vai definir hoje o nome do sucessor de Vaccari na Secretaria de Finanças, mas encontra dificuldade para encontrar um nome que aceite a tarefa. A direção quer colocar no cargo um petista com mandato parlamentar.

A indicação caberá à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, da qual Vaccari faz parte. Até o início da noite, a corrente havia sondado vários nomes sem conseguir convencer nenhum deles a aceitar.

Vaccari é o segundo tesoureiro do PT a ser preso. Delúbio Soares, um dos pivôs do mensalão, cumpre pena em regime semiaberto por envolvimento no escândalo.

Embora Vaccari tenha pedido afastamento da tesouraria em caráter temporário por questões de ordem "práticas e legais", petistas consideram muito difícil que o tesoureiro tenha condições políticas de voltar à função futuramente.

'Injustiça'

A defesa do ex-tesoureiro divulgou nota ontem na qual classifica sua prisão como "uma profunda injustiça". O texto assinado por Luiz Flávio D’Urso diz que o decreto de prisão "teve por justificativa apenas conjecturas e prognósticos".

D’Urso e sua equipe preparam o habeas corpus que será apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região. O recurso da defesa vai questionar ponto a ponto os argumentos apresentados no decreto de prisão de Moro.

"O que tem de base para decretação da prisão preventiva? Primeiro são palavras de delatores, o que não constitui prova. Nenhum indício de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", disse D’Urso ao Estado.

Segundo um advogado que esteve com Vaccari na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-tesoureiro "passou bem" a primeira noite na prisão e se mantinha "sereno". O petista divide a cela com mais uma pessoa. (Colaboraram Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Ao contrário do mensalão, quando o PT saiu publicamente em defesa dos seus filiados e ex-dirigentes acusados - e posteriormente condenados e presos - por participação no esquema, o partido pretende virar a página o mais rapidamente possível em relação ao envolvimento do ex-tesoureiro João Vaccari Neto na Operação Lava Jato .

Na quarta-feira, 15, o PT divulgou uma nota na qual classificou a prisão de Vaccari como indevida e manifestou solidariedade ao ex-tesoureiro.

De acordo com a estratégia traçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente do partido, Rui Falcão, as manifestações públicas devem parar por aí.

A ordem é "tocar a vida para frente" e deixar o caso nas mãos do advogado Luiz Flávio D’Urso sem, no entanto, virar as costas para o companheiro preso.

"Temos o governo, temos o 5º Congresso Nacional do PT (a ser realizado em junho). A vida continua", disse o secretário nacional de organização, Florisvaldo Souza.

Internamente, porém, a prisão do ex-tesoureiro continua repercutindo mal. Durante reunião da Executiva Nacional do PT, na quinta-feira, 16, em São Paulo, dirigentes avaliaram que a ação da Lava Jato atingiu em cheio o partido no momento em que tanto o PT quanto o governo se preparavam para reagir à crise política.

A direção fez uma avaliação positiva das últimas semanas citando sinais de desgaste do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação dos destaques do projeto de lei da terceirização, o início das mobilizações populares contra esse projeto, a queda do número de pessoas nas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff e o recuo do governo em pontos das medidas provisórias que limitam direitos trabalhistas.

Segundo um cardeal petista, a inesperada prisão de Vaccari "paralisou as ações" e deixou o PT novamente na defensiva. Na reunião de ontem da cúpula petista, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, foi alvo de muitas críticas.

Um dirigente do PT chegou a falar em "estado de exceção". Petistas também classificaram a detenção como "uma prisão por razões políticas".

Dificuldade

O PT vai definir hoje o nome do sucessor de Vaccari na Secretaria de Finanças, mas encontra dificuldade para encontrar um nome que aceite a tarefa. A direção quer colocar no cargo um petista com mandato parlamentar.

A indicação caberá à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, da qual Vaccari faz parte. Até o início da noite, a corrente havia sondado vários nomes sem conseguir convencer nenhum deles a aceitar.

Vaccari é o segundo tesoureiro do PT a ser preso. Delúbio Soares, um dos pivôs do mensalão, cumpre pena em regime semiaberto por envolvimento no escândalo.

Embora Vaccari tenha pedido afastamento da tesouraria em caráter temporário por questões de ordem "práticas e legais", petistas consideram muito difícil que o tesoureiro tenha condições políticas de voltar à função futuramente.

'Injustiça'

A defesa do ex-tesoureiro divulgou nota ontem na qual classifica sua prisão como "uma profunda injustiça". O texto assinado por Luiz Flávio D’Urso diz que o decreto de prisão "teve por justificativa apenas conjecturas e prognósticos".

D’Urso e sua equipe preparam o habeas corpus que será apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região. O recurso da defesa vai questionar ponto a ponto os argumentos apresentados no decreto de prisão de Moro.

"O que tem de base para decretação da prisão preventiva? Primeiro são palavras de delatores, o que não constitui prova. Nenhum indício de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", disse D’Urso ao Estado.

Segundo um advogado que esteve com Vaccari na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-tesoureiro "passou bem" a primeira noite na prisão e se mantinha "sereno". O petista divide a cela com mais uma pessoa. (Colaboraram Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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