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PT afunila nomes para tentar conquistar a vice de Paes; saiba quem são os mais cotados

Discussão avança após Lula descartar possibilidade de a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) ocupar o posto na chapa

Eleições municipais RJ: Paes tem preferência por uma chapa com alguém de seu núcleo duro, especialmente o deputado federal Pedro Paulo (PSD) (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de abril de 2024 às 08h12.

A última passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Rio, na terça-feira, marcou o anúncio de que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco , não deve concorrer a nenhum cargo em 2024. Com isso, Lula aplacou o movimento de setores do partido que tentavam fortalecer o nome dela para a vice na chapa de reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD). Agora, o partido se concentra sobretudo em dois outros postulantes: o secretário municipal de Assistência Social, Adilson Pires, e o secretário de Assuntos Federativos da Presidência, André Ceciliano.

Paes, no entanto, tem preferência por uma chapa com alguém de seu núcleo duro, especialmente o deputado federal Pedro Paulo (PSD). O PT, por sua vez, pretende intensificar as conversas, com participação de Lula, para reivindicar o espaço. Os meses de maio e junho são vistos como decisivos.

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Adilson Pires e Ceciliano despontam como os nomes considerados possíveis para a sigla por causa da relação mais antiga dos dois com o prefeito. Pires chegou a ser vice de Paes entre 2013 e 2016, mas a eleição deste ano é diferente porque o chefe do Executivo municipal pode deixar o eventual novo mandato no meio para concorrer ao governo estadual em 2026. Assim, a escolha do vice vira quase um processo de sucessão, como aliados têm dito — e por isso o posto é tão cobiçado.

Correndo por fora

Outro quadro que tenta se viabilizar no PT, mas cuja relação com Paes tem menos tempo, é a secretária municipal de Meio Ambiente, Tainá de Paula. Junto com Ceciliano, ela tem o apreço da base petista, mas é em Adilson Pires que dirigentes da sigla conseguem ver o prefeito confiando para “entregar” a cidade em 2026, caso seja reeleito e de fato decida disputar o Palácio Guanabara.

"O próximo passo é reafirmar a questão do vice. É um pleito do PT. Vamos abrir esse diálogo de forma mais enfática a partir de agora, com o fim do período de janela partidária, mas é em maio e junho que o processo ganha mais força", afirma o presidente estadual do partido, João Maurício de Freitas.

Na semana passada, o diretório nacional do PT decidiu que Lula vai atuar de forma mais direta nas eleições do Rio e do Recife —na capital pernambucana, a legenda tenta a vice do prefeito João Campos (PSB). O entendimento se deu por causa do bom canal, sem tanta necessidade de interlocutores, do presidente com os dois aliados.

Em outras conversas recentes sobre a eleição carioca, Lula chegou a dizer a Paes que confiava na tomada de decisão dele. O prefeito, por sua vez, reforçou ao petista que não acertaria nada sem antes consultá-lo.

Apesar de todo o processo de tentativa de ter o vice, o PT reconhece que é muito difícil desembarcar da aliança de Paes. Os planos da sigla estão mais concentrados em fortalecer o palanque de Lula para 2026. O prefeito do Rio é hoje o único aliado sólido do presidente nos três estados mais populosos do país —São Paulo, Minas Gerais e Rio —, quando se consideram prefeitos e governadores.

Apoios na esquerda

Além do provável apoio do PT, outros dois tradicionais partidos da esquerda brasileira definiram nos últimos dias que vão abraçar Paes na campanha: PDT e PSB. Na eleição de 2020, a candidata pedetista, Martha Rocha, foi uma pedra no sapato do agora aliado e protagonizou embates com ele durante a campanha.

Na disputa deste ano, a tendência é que o único candidato da esquerda seja Tarcísio Motta (PSOL). O cenário é parecido com o que Paes conseguiu em 2012, quando o PSOL também era uma oposição solitária ao prefeito na esquerda.

O rompimento dos demais partidos desse campo com o grupo de Paes se deu em 2016, ano em que o MDB, seu antigo partido articulou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A eleição municipal daquele ano foi marcada por grande fragmentação. Só na esquerda, concorreram Marcelo Freixo (PSOL); Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (Rede).

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