Procuradoria Geral da União pede prisão de 36 envolvidos no 'mensalão'
Segundo o órgão, entre janeiro de 2003, quando Lula assumiu o poder, e junho de 2005, ano da denúncia, o "grupo criminoso atuou de forma ininterrupta" na política
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 15h26.
Brasília - A Procuradoria Geral da União pediu a prisão de 36 políticos e empresários envolvidos no escândalo do "mensalão", que em 2005 pôs em xeque o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo documentos divulgados nesta sexta-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo".
"O Ministério Público Federal está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia", diz o documento publicado pelo jornal, que foi entregue pela Procuradoria ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Foi engendrado um plano criminoso voltado para a compra de votos dentro do Congresso Nacional. Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber", aponta o documento assinado pelo procurador-geral, Roberto Gurgel.
O texto acrescenta que entre janeiro de 2003, quando Lula assumiu o poder, e junho de 2005, o mês em que foram denunciadas as irregularidades, aquele que qualifica como "grupo criminoso" "atuou de forma ininterrupta" na política nacional.
A lista de políticos que podem ser condenados a penas que variam entre 10 e 111 anos de prisão é liderada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que renunciou de seu cargo em meio ao escândalo e era então o homem mais poderoso do governo.
Sobre Dirceu, o documento da Procuradoria diz que era o "chefe da quadrilha" e que, "partindo de uma visão pragmática, que sempre marcou a sua biografia, resolveu subornar parlamentares federais".
Também estão na lista José Genoino, na época presidente do PT, que levou Lula ao poder pela primeira vez nas eleições de 2002, e o agora ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares, além de João Paulo Cunha, outro importante dirigente do partido, que atualmente exerce um mandato de deputado.
As acusações, em geral, se referem a crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, formação de quadrilha e evasão de divisas.
Entre os acusados de evasão está também o publicitário Duda Mendonça, que dirigiu toda a campanha de Lula nas eleições de 2002 e confessou que o PT pagou parte de seus salários com depósitos em bancos situados em paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman.
Também foi pedida a condenação de dirigentes de outros partidos, como o atual deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PR e que também está envolvido em um escândalo de corrupção que esta semana levou à renúncia do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
A pena mais alta, que pode chegar a 527 anos de prisão, foi pedida pela Procuradoria Geral para o empresário Marcos Valério Fernandes, considerado o "arquiteto" do esquema de corrupção.
Também foi pedida pena de prisão para o ex-deputado Roberto Jefferson, o político que denunciou a existência da rede dirigida a "comprar" votos no Congresso.
O processo no STF teve sua fase de instrução concluída e estima-se que possa estar pronto para sentença em meados do ano que vem.
Brasília - A Procuradoria Geral da União pediu a prisão de 36 políticos e empresários envolvidos no escândalo do "mensalão", que em 2005 pôs em xeque o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo documentos divulgados nesta sexta-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo".
"O Ministério Público Federal está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia", diz o documento publicado pelo jornal, que foi entregue pela Procuradoria ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Foi engendrado um plano criminoso voltado para a compra de votos dentro do Congresso Nacional. Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber", aponta o documento assinado pelo procurador-geral, Roberto Gurgel.
O texto acrescenta que entre janeiro de 2003, quando Lula assumiu o poder, e junho de 2005, o mês em que foram denunciadas as irregularidades, aquele que qualifica como "grupo criminoso" "atuou de forma ininterrupta" na política nacional.
A lista de políticos que podem ser condenados a penas que variam entre 10 e 111 anos de prisão é liderada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que renunciou de seu cargo em meio ao escândalo e era então o homem mais poderoso do governo.
Sobre Dirceu, o documento da Procuradoria diz que era o "chefe da quadrilha" e que, "partindo de uma visão pragmática, que sempre marcou a sua biografia, resolveu subornar parlamentares federais".
Também estão na lista José Genoino, na época presidente do PT, que levou Lula ao poder pela primeira vez nas eleições de 2002, e o agora ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares, além de João Paulo Cunha, outro importante dirigente do partido, que atualmente exerce um mandato de deputado.
As acusações, em geral, se referem a crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, formação de quadrilha e evasão de divisas.
Entre os acusados de evasão está também o publicitário Duda Mendonça, que dirigiu toda a campanha de Lula nas eleições de 2002 e confessou que o PT pagou parte de seus salários com depósitos em bancos situados em paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman.
Também foi pedida a condenação de dirigentes de outros partidos, como o atual deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PR e que também está envolvido em um escândalo de corrupção que esta semana levou à renúncia do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
A pena mais alta, que pode chegar a 527 anos de prisão, foi pedida pela Procuradoria Geral para o empresário Marcos Valério Fernandes, considerado o "arquiteto" do esquema de corrupção.
Também foi pedida pena de prisão para o ex-deputado Roberto Jefferson, o político que denunciou a existência da rede dirigida a "comprar" votos no Congresso.
O processo no STF teve sua fase de instrução concluída e estima-se que possa estar pronto para sentença em meados do ano que vem.