Problema em distribuição afeta estoques de vacina contra meningite C
A Secretaria de Estado da Saúde disse que solicitou, neste ano, 896 mil doses, mas recebeu 339,5 mil
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de julho de 2018 às 16h55.
Última atualização em 27 de julho de 2018 às 17h07.
São Paulo - Problemas na distribuição da vacina contra a meningite C nos últimos três meses afetaram os estoques do imunizante no País. A situação fez com que o Ministério da Saúde emitisse um informe sobre a situação para os Estados. A pasta orienta que seja realizado o agendamento da vacinação nos locais com doses reduzidas, mas diz que a situação estará normalizada já em agosto.
A vacina Meningocócica C integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada em bebês aos 3 e 5 meses de vida, com reforço quando a criança completa 1 ano. Caso esta última dose não seja administrada, ela pode ser tomada até os 4 anos de idade. A meningite é uma doença grave caracterizada por um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Segundo o ministério, o imunizante continua sendo distribuído nos Estados, mas de forma reduzida por causa de "atrasos na entrega pelo laboratório produtor, a Fundação Ezequiel Dias (Funed)."
O laboratório informou, em nota, que teve "problemas atípicos na cadeia produtiva e logística". "Ressaltamos que esse cenário é temporário e que a situação já vem sendo regularizada, com a entrega de 1,2 milhão de doses da vacina ao Ministério da Saúde neste mês de julho e previsão de regularização total no próximo mês de agosto."
O Estado de São Paulo está entre os afetados pelo problema na distribuição da vacina. A Secretaria de Estado da Saúde disse que solicitou, neste ano, 896 mil doses, mas recebeu 339,5 mil. A pasta informou que, nos meses de junho e julho, o ministério enviou ao Estado 10% e 15% do solicitado, respectivamente.
"Para o mês de agosto, a pasta estadual recebeu 101.200 mil doses, correspondendo a 36% do total solicitado, e fará a redistribuição aos municípios". Segundo a pasta, no ano passado, foram registrados 150 casos da doença no Estado. Neste ano, até junho, foram 37.
A capital recebeu apenas 16% das doses solicitadas e já há casos de falta de vacina em postos de vacinação, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde.
"Apesar das ações para amenizar possíveis transtornos, como o remanejamento das doses de salas de vacina com menor demanda, o atendimento já começou a ser comprometido na cidade pela falta da vacina em algumas unidades. A pasta aguarda a regularização da entrega por parte do Ministério da Saúde para que o reabastecimento das unidades seja realizado o mais brevemente possível", informou.