Políticas para terras indígenas de Bolsonaro são alvo de protesto nos EUA
Manifestantes questionavam a decisão de Bolsonaro de passar a demarcação das terras indígenas para o Ministério da Agricultura
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 20h34.
Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 21h23.
Washington - Um grupo de ativistas se reuniu nesta quinta-feira em Washington para protestar contra as políticas do presidente Jair Bolsonaro para a delimitação de terras indígenas no Brasil e exigiu respeito aos direitos das comunidades nativas.
Com o lema "Sangue indígena, nenhuma gota a mais", os cerca de 40 manifestantes se instalaram em frente ao Consulado-Geral do Brasil na capital americana, com cartezes de protesto.
O diretor da ONG Amazon Watch, Christian Poirier, explicou à Agência Efe que a manifestação foi uma resposta aos ataques do governo de Bolsonaro às comunidades indígenas no Brasil.
"Precisamos mais do que nunca do apoio da comunidade internacional para apoiar a luta dos indígenas, defender e restabelecer os direitos que estão sendo atacados e destruídos pelo governo de Bolsonaro", afirmou Poirier, que leu uma declaração que posteriormente foi entregue aos diplomatas brasileiros.
Os manifestantes questionavam a decisão de Bolsonaro de passar a demarcação das terras indígenas para o Ministério da Agricultura, comandado pela ex-deputada Tereza Cristina, ligada à bancada ruralista no Congresso. Eles também criticaram a mudança da Funai, antes vinculada ao Ministério da Justiça, para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
"Isso mostra como o governo de Bolsonaro está servindo aos diferentes grupos de interesse, especialmente o do agronegócio", afirmou o diretor da Amazon Watch.
Na declaração entregue ao Consulado-Geral do Brasil em Washington, os ativistas pediram que os direitos dos indígenas previstos na Constituição sejam respeitados e que o governo combata a violência contra as comunidades na Amazônia.
"Os primeiros impactos das políticas de Bolsonaro são a violência e o medo nas comunidades indígenas", alertou Poirier.