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Planalto muda estratégia sobre análise de vetos no Congresso

O governo teve que mudar de estratégia para evitar mais desgaste com a sessão do Congresso que analisa os vetos presidenciais

Congresso Nacional (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 21h09.

Brasília - O governo teve que mudar de estratégia para evitar mais desgaste com a sessão do Congresso Nacional que analisa os vetos presidenciais e, na última hora, lançou uma ofensiva para conquistar votos e evitar o adiamento da análise de medidas que têm impacto nas contas públicas, as chamadas “pautas-bomba”.

A disparada do dólar, que alcançou a cotação mais alta da história ultrapassando 4 reais, fez a presidente Dilma Rousseff decidir que era melhor fazer uma ofensiva e por em votação os vetos, para dar um sinal positivo para o mercado.

Durante toda a tarde de terça-feira, convocados pela presidente, ministros foram a campo conquistar votos que faltavam para garantir um resultado positivo.

Até a manhã desta terça-feira, o esforço do Palácio do Planalto era para evitar a votação, por temor de que o governo não tivesse votos o suficiente e os vetos – especialmente o que dá até 78,6 por cento de reajuste para o Judiciário e o que estende aos demais aposentados o reajuste pelo salário mínimo – fossem derrubados. Essa foi a avaliação feita na manhã de segunda-feira, durante a reunião de coordenação política, e foi mantida depois de uma reunião do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, com líderes da bancada governista na Câmara.

A avaliação era de que o risco de ser derrotado seria “um desastre” para o governo e comprometeria todo o ajuste fiscal, segundo disse à Reuters na véspera uma fonte do Palácio do Planalto. A mensagem de que o Planalto temia perder a votação, no entanto, pegou mal no mercado e elevou o nível de desconfiança em relação ao governo.

Durante todo o dia, ministros agiram para tentar obter novos votos a favor da manutenção dos vetos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, telefonou para o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) para pedir a colaboração do PSDB na manutenção dos vetos, e ouviu a garantia de que pelo menos parte da bancada iria votar contra a derrubada, segundo uma fonte do governo, que pediu anonimato.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, levou os senadores Simone Tebet (PMDB-MS) e Waldemir Moka (PMDB-MS) para conversar diretamente com a presidente, contou à Reuters um assessor próximo ao vice-presidente Michel Temer.

Os ministros do PMDB Eliseu Padilha (Aviação Civil), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Eduardo Braga (Minas e Energia) também foram às bancadas para conquistar mais votos.

Com um discurso afinado de que a derrubada do veto não era um mal para o governo, mas para o país, o PMDB agiu em conjunto.

Para manter os vetos, o governo precisa de 257 votos na Câmara e 41 no Senado. A estratégia foi tentar garantir os 41 votos necessários entre os senadores, considerados menos voláteis que os deputados.

Ao longo do dia, o clima de insegurança foi mudando. Um ministro próximo à Presidente e com bom trânsito no governo garantiu à Reuters que a situação estava bem melhor que no dia anterior.

Até o início da noite, Padilha, que fazia a coordenação política com Michel Temer, e Ricardo Berzoini, que está assumindo este papel, ficaram reunidos no Palácio do Planalto contabilizando voto a voto as chances do governo.

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Brasília - O governo teve que mudar de estratégia para evitar mais desgaste com a sessão do Congresso Nacional que analisa os vetos presidenciais e, na última hora, lançou uma ofensiva para conquistar votos e evitar o adiamento da análise de medidas que têm impacto nas contas públicas, as chamadas “pautas-bomba”.

A disparada do dólar, que alcançou a cotação mais alta da história ultrapassando 4 reais, fez a presidente Dilma Rousseff decidir que era melhor fazer uma ofensiva e por em votação os vetos, para dar um sinal positivo para o mercado.

Durante toda a tarde de terça-feira, convocados pela presidente, ministros foram a campo conquistar votos que faltavam para garantir um resultado positivo.

Até a manhã desta terça-feira, o esforço do Palácio do Planalto era para evitar a votação, por temor de que o governo não tivesse votos o suficiente e os vetos – especialmente o que dá até 78,6 por cento de reajuste para o Judiciário e o que estende aos demais aposentados o reajuste pelo salário mínimo – fossem derrubados. Essa foi a avaliação feita na manhã de segunda-feira, durante a reunião de coordenação política, e foi mantida depois de uma reunião do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, com líderes da bancada governista na Câmara.

A avaliação era de que o risco de ser derrotado seria “um desastre” para o governo e comprometeria todo o ajuste fiscal, segundo disse à Reuters na véspera uma fonte do Palácio do Planalto. A mensagem de que o Planalto temia perder a votação, no entanto, pegou mal no mercado e elevou o nível de desconfiança em relação ao governo.

Durante todo o dia, ministros agiram para tentar obter novos votos a favor da manutenção dos vetos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, telefonou para o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) para pedir a colaboração do PSDB na manutenção dos vetos, e ouviu a garantia de que pelo menos parte da bancada iria votar contra a derrubada, segundo uma fonte do governo, que pediu anonimato.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, levou os senadores Simone Tebet (PMDB-MS) e Waldemir Moka (PMDB-MS) para conversar diretamente com a presidente, contou à Reuters um assessor próximo ao vice-presidente Michel Temer.

Os ministros do PMDB Eliseu Padilha (Aviação Civil), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Eduardo Braga (Minas e Energia) também foram às bancadas para conquistar mais votos.

Com um discurso afinado de que a derrubada do veto não era um mal para o governo, mas para o país, o PMDB agiu em conjunto.

Para manter os vetos, o governo precisa de 257 votos na Câmara e 41 no Senado. A estratégia foi tentar garantir os 41 votos necessários entre os senadores, considerados menos voláteis que os deputados.

Ao longo do dia, o clima de insegurança foi mudando. Um ministro próximo à Presidente e com bom trânsito no governo garantiu à Reuters que a situação estava bem melhor que no dia anterior.

Até o início da noite, Padilha, que fazia a coordenação política com Michel Temer, e Ricardo Berzoini, que está assumindo este papel, ficaram reunidos no Palácio do Planalto contabilizando voto a voto as chances do governo.

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