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PF investiga propina na Transpetro em nova fase da Lava Jato

Investigação busca repasses ilegais de uma empreiteira a um funcionário da Transpetro

Transpetro: mandados serão cumpridos nos Estados da Bahia, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo como parte da operação (Germano Lüders/Exame)
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Reuters

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 07h48.

Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 19h10.

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira um ex-gerente da Transpetro , subsidiária da Petrobras, por suspeita de receber 7 milhões de reais em propina de contratos da empresa e fazer repasses ao PT, informaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF).

Além da prisão, agentes da PF também cumpriram cinco mandados de condução coercitiva e oito de busca e apreensão como parte de uma nova fase da operação Lava Jato, agora focada na subsidiária responsável pelo transporte de petróleo e derivados.

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Os repasses teriam ocorrido de setembro de 2009 a março de 2014, e foram revelados a partir de acordo de colaboração premiada de executivos da empresa de engenharia responsável pelos pagamentos, a NM Engenharia.

"Houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras. Os crimes praticados na Transpetro são uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão", afirmou o procurador da República Athayde Ribeiro Costa em comunicado.

De acordo com as investigações, o ex-gerente teria pedido inicialmente o pagamento de 1 por cento do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como propina para favorecer a empresa de engenharia em contratos com a estatal, mas o acerto final ficou em 0,5 por cento.

"Este valor foi pago mensalmente em benefício do Partido dos Trabalhadores (PT), de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao PMDB", afirmou a Procuradoria da República no Paraná em comunicado.

Segundo os investigadores, ainda está sendo apurado o caminho do dinheiro recebido pelo ex-gerente da estatal, bem como os eventuais agentes políticos envolvidos no esquema, mas delatores disseram que o próprio ex-gerente fez referência ao PT quando solicitou os valores.

Além disso, disseram procuradores em entrevista coletiva em Curitiba, há indícios de ligação do ex-gerente com movimentos sindicais e o PT, ainda que não de forma oficial.

Em nota, o PT disse não ter "qualquer participação nos fatos investigados", e acrescentou que tomará medidas judiciais cabíveis "diante das condutas levianas e ilegais de quem acusa sem provas".

A NM Engenharia informou em comunicado que os sócios da empresa estão à disposição das autoridades "para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários".

Os mandados foram cumpridos nos Estados da Bahia, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo como parte da operação. De acordo com a PF, uma das empresas investigadas pela operacionalização do esquema de repasses ilegais da empreiteira para o funcionário da Transpetro se chama Sirius.

O ex-gerente da Transpetro investigado pela chamada operação Sothis se desligou da subsidiária da Petrobras recentemente, informou o MPF.

Em comunicado, a Transpetro afirmou que vem apurando denúncias de irregularidades em contratações da companhia envolvendo o ex-funcionário acusado, e que todas as informações obtidas foram encaminhadas ao Ministério Público Federal e demais órgãos competentes.

"A Transpetro reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da operação Lava Jato", afirmou.

As investigações sobre o esquema de corrupção na Transpetro já resultaram em denúncias da Procuradoria-Geral da República contra políticos, como os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), com base na delação premiada do ex-presidente da estatal, Sérgio Machado.

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