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PF acredita que empresários tomaram doses falsas de vacina contra covid-19

No local, a PF localizou diversas seringas, unidades de soro fisiológico e até um comprovante de vacinação de suposto imunizante da Pfizer, não disponível no país

Vacina contra a covid-19 da Pfizer. (INA FASSBENDER/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de março de 2021 às 20h13.

A Polícia Federal desconfia de que as vacinas adquiridas por empresários mineiros na semana passada sejam falsas. Na tarde desta terça, 30, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na residência da enfermeira que teria aplicado o suposto imunizante em um grupo de 50 pessoas na garagem da empresa Saritur, de Robson e Rômulo Lessa.

No local, a PF localizou diversas seringas, unidades de soro fisiológico e até um comprovante de vacinação de suposto imunizante da Pfizer, não disponível no País. O material será levado para perícia.

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A enfermeira foi conduzida para a Superintendência da Polícia Federal para prestar depoimento e deve ser presa em flagrante. O filho dela também foi levado para interrogatório. Uma clínica em Belo Horizonte foi alvo de buscas da Polícia Federal.

Segundo a PF, a enfermeira tem passagem por furto e teria comercializado doses para outras pessoas além dos empresários Robson e Rômulo Lessa. Em depoimento prestado na segunda, 29, a dupla admitiu ter obtido os supostos imunizantes de forma ilegal. Cada pessoa que recebeu a dose pagou R$ 600 pela suposta vacina.

Além da hipótese da vacina falsa, a PF trabalha com as linhas de investigação que apuram se as doses foram importadas ilegalmente ou desviadas do Ministério da Saúde.

O caso da vacinação às escondidas por empresários e políticos mineiros foi revelado pela revista piauí. Segundo a revista, um grupo formado por políticos e empresários do setor de transportes de Minas Gerais adquiriu doses da vacina da Pfizer contra covid, não repassou ao Sistema Único de Saúde e aplicou secretamente em 50 pessoas.

Seis vídeos obtidos pelo Estadão mostravam pessoas sendo vacinadas na noite de terça-feira, 23, em uma das garagens da Saritur, de Robson e Rômulo Lessa. Na sexta, 26, o juiz Rodrigo Pessoa Pereira da Silva, da 35ª Vara Federal Criminal de Minas Gerais, autorizou a quebra do sigilo de dados dos empresários no âmbito da Operação Camarote.

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