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Petrópolis tenta encontrar 116 desaparecidos e acomodar 849 desabrigados

Cidade tem vias interditadas e áreas esvaziadas. Tempestades devem seguir até sábado

Temporal em Petrópolis provoca deslizamento de terra (Florian PLAUCHEUR/AFP)
AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 13h50.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2022 às 14h04.

Três dias após a tragédia das chuvas em Petrópolis , na região serrana, quando a cidade contabilizou mais de 100 mortos, até a madrugada desta sexta-feira, a chuva voltou a deixar em alerta moradores da cidade. As equipes da Defesa Civil do município registraram 553 ocorrências desde a terça-feira, 15. Foram 436 deslizamentos, 29 alagamentos e 88 avaliações de riscos. Todas as sirenes do primeiro distrito permaneceram acionadas ao longo da noite, devido ao volume de chuva acumulado das últimas horas e previsão de permanência de chuva para o município. Até o fim da manhã, 849 pessoas estavam acolhidas nos 19 pontos de apoio da cidade.

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Ao longo da noite, não houve novos chamados. Durante a madrugada os agentes da Defesa Civl concluíram atendimento no Bingen. Um muro e uma árvore caíram perto de residências.

Segundo a Defesa Civil do município, há um deslizamento no Atílio Marotti, com risco de afetar uma residência. A família se deslocou para casa de parentes, assim como os moradores de uma casa no Morin, onde os agentes atuam na manhã desta sexta-feira em outros três deslizamentos na região.

No bairro Floresta, as equipes fazem o acompanhamento de 15 pessoas, de duas casas afetadas por deslizamento, que estão sendo orientadas a buscar local seguro. Uma equipe foi deslocada para a Castelânea, onde a Defesa Civil oferece apoio ao Corpo de Bombeiros para o resgate de vítimas. No Caxambu, a equipe técnica com geólogos, faz avaliação de toda a área afetada.

Transtornos com chuva forte na quinta

Na quinta-feira, a queda de uma árvore no acesso ao Parque São Vicente, no bairro Quitandinha, atingiu cabos de energia e provocou retenções no trânsito. A Rua Nova, na comunidade 24 de Maio, e a Vila Manoel Correa, na Rua Teresa, foram interditadas e a área foi esvaziada pela Defesa Civil. A medida foi adotada após a ocorrência de rolamento de blocos rochosos e segue até que sejam feitas novas avaliações.

As avenidas Washington Luiz e Coronel Veiga também foram interditadas. A corporação orientou moradores das áreas de risco do Quitandinha a buscar abrigo em casas de parentes em área segura ou se deslocarem para os pontos de apoio que funcionam na região.

As tempestades devem seguir até sábado na região serrana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O Inmet emitiu, na noite desta quinta, aviso vermelho de chuva intensa para a região serrana. O aviso é válido até as 9 horas desta sexta.

No fim da tarde desta quinta-feira, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) elevou de alto para muito alto o alerta para risco de deslizamentos em Petrópolis. A cidade era o único vermelho, nesta quinta, entre todos os 124 alertas vigentes no Brasil.

Nesta quinta, começaram os enterros das vítimas da tragédia. O Instituto Médico Legal na cidade estava lotado de familiares à espera da liberação do corpo. As histórias de dor e drama se repetem a cada relato. Em sua coluna, Ruth de Aquino lembrou a dor em dobro que Jamil Luminato sentiu na cidade imperial. Em 1981, aos 14 anos, foi fotografado por com um bebê já sem vida, vítima da enchente em Petrópolis. Em 2013, 32 anos depois, perdeu a filha e os netos de dois e quatro anos num outro temporal na cidade.

 

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