Petrobras poderia recusar Pasadena se soubesse de put option
Cláusula obrigava a estatal a adquirir a outra metade da unidade em caso de desentendimento com a ex-sócia Astra
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2014 às 12h49.
Brasília - O Conselho de Administração da Petrobras talvez não tivesse aprovado a compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA, se conhecesse a cláusula de "put option", que obrigava a estatal a adquirir a outra metade da unidade em caso de desentendimento com a ex-sócia Astra, disse nesta terça-feira a presidente-executiva da companhia, Maria das Graças Foster .
No resumo executivo apresentado ao conselho, elaborado pela diretoria da empresa, não constava tal informação sobre a "put option", disse a executiva em depoimento à CPI do Senado.
"Todos nós somos responsáveis. Primeiramente, a diretoria, que recomenda ao conselho. O conselho aprovou por unanimidade, a decisão é nossa", ressaltou ela.
A executiva da Petrobras disse considerar a cláusula da "put option" como algo importante para uma negociação como a de Pasadena.
Segundo ela, a cláusula da "put option" demandaria uma boa discussão se tivesse sido apresentada ao conselho.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.