Petrobras pede à Justiça acesso ao depoimento de ex-diretor
Paulo Roberto Costa denunciou supostas propinas pagas a políticos
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 20h36.
São Paulo - A Petrobras afirmou em nota nesta segunda-feira que pediu à Justiça acesso às informações do depoimento do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa sobre denúncias de supostas propinas pagas a políticos , conforme a mídia noticiou nos últimos dias.
A petroleira estatal disse que, embora não comente conteúdos não oficiais publicados nos meios de comunicações, bem como declarações sobre investigações em curso, é do interesse da direção da empresa ver a conclusão de todas as apurações, e por isso "continuará contribuindo para que isto ocorra rápida e eficazmente".
Além de requerer informações que Costa já forneceu no âmbito da delação premiada, a empresa disse que também enviou cartas às empresas citadas nas reportagens solicitando dados sobre a existência de contratos com companhias ligadas ao doleiro Alberto Youssef e sobre qualquer envolvimento com as atividades objeto da investigação da operação Lava Jato.
Segundo a companhia, tais informações subsidiarão as Comissões Internas de Apuração já instaladas pela empresa.
De acordo com reportagens, o ex-diretor teria dito à Polícia Federal que dezenas de parlamentares e três governadores teriam recebido pagamentos de comissão sobre contratos da estatal.
As ações preferenciais da Petrobras, que chegaram a subir mais de 3 por cento no início dos negócios, fecharam em queda superior a 4 por cento, com operadores citando principalmente investidores estrangeiros como vendedores.
A Petrobras disse também que cumpre rigorosamente seu dever e vem prestando todas as informações solicitadas pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União e Ministério Público.
A Diretoria Executiva da Petrobras informou ainda aos seus acionistas e empregados que "a empresa continua trabalhando normalmente em todas as suas unidades para atender a seus objetivos empresariais, visto que atos irregulares, que possam ter sido cometidos por uma pessoa ou grupo de pessoas, empregados ou não da empresa, não representam a conduta da instituição Petrobras e de sua força de trabalho".