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Pazuello pode entrar na lista de demissões do governo

Reforma ministerial, prevista para acomodar forças do Centrão que deverão emergir com a eleição para a Câmara e o Senado, pode incluir a pasta da saúde

Eduardo Pazuello: ministro pode entrar na lista de demissões do governo (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
CA

Carla Aranha

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 19h37.

A reacomodação das forças políticas no Congresso, com a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro, deverá influenciar não apenas susbsituições em ministérios do segundo escalão, como o da Cidadania, como já vem sendo aventado por fontes próximas ao governo. Ministérios com orçamento mais polpudo, como o da Saúde, também estariam na mira da reforma minsterial.

"Os interesses dos grupos do Centrão que ganharem mais poder com a mudança de liderança no Congresso devem ser incorporados de alguma maneira pelo governo, inclusive em ministérios de maior calibre", diz o analista político Lucas de Aragão, sócio-diretor da consultoria política Arkos Adivice.

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Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde, corre o risco de se tornar uma das peças desse jogo. "Se houver problema na distribuição da vacina contra o coronavírus, sua saída deve ser facilitada", afirma Aragão. O sinal de que a hora é de mudanças foi deflagrado com a demissão do Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, nesta terça-feira, dia 9.

O ministro, de atuação apagada, já vinha perdendo prestígio. O estopim para sua demissão teria sido uma mensagem que Álvaro Antônio postou em um grupo de WhatsApp dos ministros em que acusou ochefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Planalto, de conspirar para tirá-lo do cargo.

Em 2019, nem as denúncias de crimes defalsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa por causa de seu suposto envolvimento emum esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais foram suficientes para Álvaro Antônio ser demovido do cargo.

Nos bastidores políticos, comenta-se que Álvaro Antônio já estaria na lista de demissões do governo, mesmo antes do episódio do WhatsApp, como parte do ponta-pé inicial da reforma ministerial.

Movimentos mais significativos da mudança de comando e de cargos do primeiro e segundo escalão nos ministérios, no entanto, são previstos para a fase posterior da reorganização de grupos políticos no Congresso, em fevereiro.

O Planalto estaria aguardando o capítulo final da disputa por influência política travada entre o grupo ligado ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o de Arthur Maia (PP-AL), apoiado por partidos como o PL, PSD, Avante, para fazer trocas nos ministérios.

Juntas, as siglas que apoiam Arthur Lira aglutinam cerca de 135 deputados, que formam o núcleo duro da base política de Bolsonaro. Não é pouca coisa.

A grande questão, no entanto, é como se dará o toma-lá-dá-cá no governo em razão do reagrupamento de forças no Congresso. Em qualquer hipótese, o Ministério da Saúde, que desfruta de projeção nacional e conta com um orçamento de 167,55 bilhões de reais, deve ser considerado o filé mignon. A briga deve ser grande.

 

 

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