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Paulo Vieira reteve auditoria de grupo ligado à Tecondi

Apontado como chefe da quadrilha que vendia pareceres técnicos, Vieira reteve uma auditoria da empresa durante reunião no Conselho de Administração do Porto de Santos

Paulo Vieira: atas do conselho mostram que o ex-diretor da ANA pediu que relatório de auditoria referente a contrato da Tecondi com o Porto de Santos não fosse apreciado (ANA)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 08h49.

Brasília e São Paulo - Indiciado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, o diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira reteve uma auditoria na empresa Termares Terminais Marítimos Especializados durante reunião no Conselho de Administração do Porto de Santos. Vieira é suspeito de chefiar uma organização que vendia pareceres técnicos.

Atas do conselho mostram que, em 24 de maio deste ano, Vieira pediu que o relatório de auditoria interna referente a um contrato da empresa com o Porto de Santos não fosse apreciado. Ele queria que o relatório só fosse apresentado aos outros conselheiros no encontro seguinte.

Segundo as investigações da PF, 22 dias antes, em 2 de maio, Vieira e a advogada Patrícia Maciel, que acompanha o processo e também foi presa na operação, trocaram e-mails cujo título era "Termares". O relatório de auditoria da empresa só foi analisado pelo colegiado da Companhia Docas de São Paulo (Codesp) em 28 de junho. Na ata, consta apenas que o Conselho de Administração tomou ciência do relatório.

A Termares é ligada à Tecondi, empresa envolvida na negociação por um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) para ocupação de áreas do Porto de Santos, e também consta na relação de 13 processos de interesse de Vieira.


Segundo a PF, Lucas Henrique Batista já atuou como advogado da Termares. Um dos relatórios de inteligência da PF revela que Vieira advogava ao lado de Lucas em outra empresa.

Acúmulo de cargos

O cargo de conselheiro de Vieira foi considerado ilegal pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Durante quase dois anos, ele acumulou a vaga no colegiado da Codesp com a direção de Hidrologia da ANA.

Em nota, a Tecondi disse que os fatos anunciados na investigação são anteriores à mudança de controle acionário da companhia. "A aquisição do Complexo Tecondi pelo novo acionista fundamentou-se em relatórios produzidos a partir de rigorosos processos de auditoria externa. No entanto, a atual administração está fazendo uma auditoria interna que tem como base os fatos noticiados pela imprensa."

O advogado de Paulo Vieira não foi localizado.

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Atas do conselho mostram que, em 24 de maio deste ano, Vieira pediu que o relatório de auditoria interna referente a um contrato da empresa com o Porto de Santos não fosse apreciado. Ele queria que o relatório só fosse apresentado aos outros conselheiros no encontro seguinte.

Segundo as investigações da PF, 22 dias antes, em 2 de maio, Vieira e a advogada Patrícia Maciel, que acompanha o processo e também foi presa na operação, trocaram e-mails cujo título era "Termares". O relatório de auditoria da empresa só foi analisado pelo colegiado da Companhia Docas de São Paulo (Codesp) em 28 de junho. Na ata, consta apenas que o Conselho de Administração tomou ciência do relatório.

A Termares é ligada à Tecondi, empresa envolvida na negociação por um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) para ocupação de áreas do Porto de Santos, e também consta na relação de 13 processos de interesse de Vieira.


Segundo a PF, Lucas Henrique Batista já atuou como advogado da Termares. Um dos relatórios de inteligência da PF revela que Vieira advogava ao lado de Lucas em outra empresa.

Acúmulo de cargos

O cargo de conselheiro de Vieira foi considerado ilegal pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Durante quase dois anos, ele acumulou a vaga no colegiado da Codesp com a direção de Hidrologia da ANA.

Em nota, a Tecondi disse que os fatos anunciados na investigação são anteriores à mudança de controle acionário da companhia. "A aquisição do Complexo Tecondi pelo novo acionista fundamentou-se em relatórios produzidos a partir de rigorosos processos de auditoria externa. No entanto, a atual administração está fazendo uma auditoria interna que tem como base os fatos noticiados pela imprensa."

O advogado de Paulo Vieira não foi localizado.

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